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Cientistas descobrem 14 genes que causam e três que previnem a obesidade

Cientistas desenvolveram um sistema automatizado que testa simultaneamente centenas de genes para um papel causal na obesidade

atualizado

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AllGo – An App For Plus Size People/Unsplash
Braços de pessoas obesas
1 de 1 Braços de pessoas obesas - Foto: AllGo – An App For Plus Size People/Unsplash

Em um esforço para desenvolver medicamentos e tratamentos capazes de tratar com sucesso a obesidade, cientistas da Universidade da Virgínia, nos Estados Unidos, conseguiram identificar 14 genes que podem causar e três que podem prevenir o ganho de peso. A expectativa é abrir caminho para combater um problema de saúde que, só nos EUA, afeta mais de 40% da população adulta.

Os pesquisadores destacaram que há centenas de variantes genéticas que têm maior probabilidade de aparecer em indivíduos que sofrem de obesidade e outras doenças. “Mas o fato de se ter mais probabilidade de aparecer, não significa causar a doença. Essa incerteza é a principal barreira para explorar o poder da genômica populacional para identificar alvos para tratar ou curar a obesidade”, disse uma das pesquisadoras, Eyleen O’Rourke, que é membro do Centro de Pesquisa Cardiovascular Robert M. Berne.

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Para superar essa barreira, eles desenvolveram um sistema automatizado que testa simultaneamente centenas de genes para um papel causal na obesidade. “Nossa primeira rodada de experimentos revelou mais de uma dúzia de genes que causam e três genes que previnem a obesidade”, explicou O’Rourke no estudo publicado na revista científica PLOS Genetics.

O papel dos genes

São complexas as relações entre a obesidade, dieta e o DNA humano. A obesidade é, de fato, uma epidemia impulsionada, em grande parte, por dietas ricas em calorias carregadas de açúcar e xarope de milho rico em frutose. Aliado a isso estão os estilos de vida cada vez mais sedentários.

No entanto, os genes dos seres humanos também desempenham um papel importante, regulando o armazenamento de gordura e afetando a forma como o organismo queima os alimentos e os usa como combustível.

Dessa forma, se for possível identificar os genes que convertem o excesso de comida em gordura, é possível tentar inativá-los com drogas e desvincular “o comer excessivo” da obesidade. Para “separar o joio do trigo”, O’Rourke e sua equipe recorreram a vermes conhecidos como Caenorhabditis elegans, uma espécie de nematódeo que vive em ambientes temperados. Eles compartilham mais de 70% dos nossos genes e, como as pessoas, tornam-se obesos se forem alimentados com quantidades excessivas de açúcar.

No estudo, O’Rourke e seus colaboradores usaram os vermes para rastrear 293 genes associados à obesidade em pessoas, com o objetivo de definir quais genes estavam realmente causando ou prevenindo a obesidade. Eles fizeram isso desenvolvendo um modelo de verme de obesidade, alimentando alguns com uma dieta regular e outros com uma dieta rica em frutose.

E os indicadores foram encorajadores, de acordo com a pesquisa. Por exemplo, o bloqueio do efeito de um dos genes em ratos de laboratório evitou o ganho de peso, melhorou a sensibilidade à insulina e reduziu os níveis de açúcar no sangue. “Esses resultados são um bom presságio de que os resultados serão verdadeiros também nas pessoas”.

Problema global

A Organização Mundial de Saúde ressalta que a obesidade é um dos mais graves problemas de saúde a serem enfrentados pela população mundial. Em 2025, a estimativa é de que 2,3 bilhões de adultos ao redor do planeta estejam acima do peso, sendo 700 milhões de indivíduos com obesidade, isto é, com um índice de massa corporal (IMC) acima de 30.

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