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Sargento da Aeronáutica morre dentro de academia de tiros na Asa Sul

A principal linha de investigação da PCDF é a de que o militar, que estaria enfrentando uma depressão, tenha tirado a própria vida

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Clube-de-tiros
1 de 1 Clube-de-tiros - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Um sargento da Aeronáutica foi encontrado morto, na noite desta sexta-feira (02/08/2019), dentro de uma academia de tiros na 511 Sul. A principal linha de investigação é a de que ele tenha tirado a própria vida.

Equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foram acionadas às 19h37, mas quando entraram no estabelecimento já encontraram o militar sem vida. Ele apresentava ferimento na cabeça. Ao lado do corpo, estava a arma alugada para aulas de disparos. A 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul) apura o caso.

Durante a noite, a região em torno da Guns Sport foi isolada para a realização do trabalho dos peritos do Instituto de Criminalística (IC) da PCDF. Uma conhecida do praça da Força Aérea Brasileira (FAB) se dirigiu até o local e contou à reportagem do Metrópoles que a vítima sofria de depressão e foi à academia já decidida a dar cabo da própria vida.

A mulher ainda revelou que o sargento era um militar competente e tinha vasto conhecimento sobre emprego de armamentos.

Outro caso

Em 19 de junho de 2018, uma jovem de 22 anos se matou no mesmo local. Ela chegou a ficar internada por 24 horas, mas não resistiu ao grave ferimento, também na cabeça. Na ocasião, testemunhas contaram que ela treinava no clube de tiros havia uma semana. A moça era habilitada para participar das aulas de tiro. Nas redes sociais, dava sinais de depressão.

À época, o Metrópoles esteve na academia. Funcionários de uma oficina que fica ao lado do estabelecimento disseram não ter ouvido barulho de tiros. “Só vimos a movimentação quando a mulher saiu toda ensanguentada. Ainda estava viva e foi levada por uma ambulância”, relatou um deles.

A documentação da Guns está em dia e os profissionais que trabalham no estabelecimento são habilitados. O caso da mulher foi tratado pelos investigadores como autolesão, e não acidente.

Busque ajuda
O Metrópoles tem a política de divulgar informações sobre casos de suicídio ou tentativas que ocorrem em locais públicos ou causam mobilização social. Isso porque é um tema debatido com muito cuidado pelas pessoas em geral.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o assunto não venha a público com frequência, para que o ato não seja estimulado. O silêncio, porém, camufla outro problema: a falta de conhecimento sobre o que, de fato, leva essas pessoas a se matarem.

Depressão, esquizofrenia e o uso de drogas ilícitas são os principais males identificados pelos médicos em um potencial suicida. Problemas que poderiam ser tratados e evitados em 90% dos casos, segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria.

Está passando por um período difícil? O Centro de Valorização da Vida (CVV) pode te ajudar. A organização atua no apoio emocional e na prevenção do suicídio, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo, por telefone, e-mail, chat e Skype 24 horas todos os dias.

Arte/Metrópoles

Disque 188
A cada mês, em média, 1 mil pessoas procuram ajuda no Centro de Valorização da Vida (CVV). São 33 casos por dia, ou mais de um por hora. Se não for tratada, a depressão pode levar a atitudes extremas.

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), a cada dia, 32 pessoas cometem suicídio no Brasil. Hoje, o CVV é um dos poucos serviços em Brasília no qual se pode encontrar ajuda de graça. Cerca de 50 voluntários atendem 24 horas por dia a quem precisa.

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