Quem é Marcola, o líder do Primeiro Comando da Capital (PCC)

Criminoso que cumpre pena no Presídio Federal de Brasília foi condenado a mais de 300 anos, por assaltos, homicídio, tráfico, entre outros

Márcia Delgado ,
Mirelle Pinheiro
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Líder do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Willians Herbas Camacho, 51 anos, conhecido como Marcola, foi preso pela primeira vez em São Paulo no final da década de 1990, por roubos a carros-fortes e bancos. Já na cadeia, também foi condenado por formação de quadrilha, tráfico de drogas e homicídio.

Recentemente, a Justiça o condenou a 30 anos de prisão no processo da Operação Ethos, que investigou o setor jurídico da organização criminosa. Com essa decisão, o total das penas impostas a Marcola já ultrapassa 300 anos.

Para justificar a transferência de Marcola do presídio de Presidente Venceslau para Brasília, em março deste ano, promotores do Ministério Público de São Paulo afirmaram que o PCC planejava resgatá-lo. De acordo com eles, foram gastas dezenas de milhões de dólares no plano, investindo em logística, compra de veículos blindados, aeronaves, material bélico, armamento de guerra e treinamento de pessoal.

Como o Metrópoles revelou, um plano de resgate do líder do PCC fez com que os ministérios da Justiça e da Defesa fechassem um acordo para intensificar a segurança do Presídio Federal de Brasília, localizado em São Sebastião. Militares do Exército Brasileiro foram direcionados para a penitenciária de segurança máxima, onde estão de prontidão, com carros blindados, desde as primeiras horas dessa quinta-feira (19/12/2019).

Fontes do Ministério da Justiça ouvidas pelo Metrópoles afirmam que se trata de uma medida preventiva para mostrar a força do Estado, e que não há motivo para alarde. As informações sobre o plano de resgate partiram de São Paulo. O estado é berço da facção criminosa. Marcola foi transferido para capital federal em março deste ano sob forte aparato policial.

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Marcola cumpre pena no Presídio Federal de Brasília
Os blindados serão usados para manter a segurança no perímetro do presídio federal
Marcola e outros presos foram trazidos em avião da FAB para Brasília em março de 2019
Comboio para levar Marcola ao Presídio Federal de Brasília em fevereiro de 2019
Esquema especial de segurança foi montado para receber a liderança do PCC
Na época, ruas foram fechadas para passagem do comboio

Há indícios de que o suposto resgate já estaria pago e seria feito pelo traficante internacional Gilberto Aparecido dos Santos, conhecido como Fuminho. Ele é um dos principais nomes do PCC que está solto e atua nas ruas.

De acordo com informações, os criminosos estariam aguardando o aval de Fuminho para colocar o plano em prática. O PCC teria reunido um verdadeiro exército de alto nível e com criminosos que possuem conhecimento militar e de armamentos. A facção já teria mapeado os arredores do complexo penitenciário em Brasília com o uso de drones.

O Ministério da Justiça foi procurado, mas disse que, inicialmente, não vai se manifestar sobre o caso. Todas as informações da reportagem foram apuradas pelo Metrópoles com fontes envolvidas na operação. Em nota, o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) negou que haja plano de fuga e informou que a movimentação de tropas do Exército na área do presídio federal é decorrência de obras de fortificação que estão sendo realizadas na unidade prisional.

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