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Primavera da notícia

Quem se formou na escola do jornalismo analógico aprendeu a escrever sem repetir palavras. Não se atreve a redigir uma reportagem sem a companhia do dicionário de sinônimos. Desenvolveu a habilidade de fazer qualquer assunto caber em uma nota ou encher toda a página. Valoriza o texto rico. Esforça-se para não falar obviedades. Precisei, ultimamente, […]

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Quem se formou na escola do jornalismo analógico aprendeu a escrever sem repetir palavras. Não se atreve a redigir uma reportagem sem a companhia do dicionário de sinônimos. Desenvolveu a habilidade de fazer qualquer assunto caber em uma nota ou encher toda a página. Valoriza o texto rico. Esforça-se para não falar obviedades.

Precisei, ultimamente, rever conceitos sedimentados em 15 anos de profissão. No admirável mundo novo da comunicação digital, é mais eficiente quem vai direto ao ponto. Foi desconcertante perceber que, às vezes, será preciso ser óbvio, sim. Quando impressas, as repetições são uma espécie de heresia criativa. Na web, a redundância é uma virtude, prevista na cartilha de SEO, termo do vocabulário internético que significa melhorar o ranqueamento em sites de busca.

Estar bem posicionado no Google, colecionar curtidas do Face, exibir audiência no Periscope ajudam na transposição do tráfego de informações do papel para a tela. Mas há um ponto de intersecção entre o arcaico e o moderno que 100 anos de tecnologia não vão separar.

Entregue via bits ou impressa em pergaminho, a verdade será sempre o pilar do jornalismo de ponta.


É esse o tipo de serviço que eu e meus colegas do Metrópoles vamos oferecer a partir desta terça-feira (8/9).

Imagine um portal de notícias que, a partir das 6 horas da manhã, informe tudo o que está acontecendo na cidade, desde os nós no trânsito aos embaraços da política. Que acompanhe incansavelmente o desempenho do governo e dos governantes. Que lhe ajude a ficar atento aos seus deveres e que cobre junto com você os seus direitos. Que lhe sirva de bandeja as novidades da gastronomia. Que lhe mantenha informado sobre a agenda de filmes, shows e peças. Que lhe dê sugestões de compras, passeios, viagens, estilo de vida. Então, pare de imaginar e comece a navegar pelo Metrópoles, que lhe entregará ainda notícias sobre esportes, o Brasil e o mundo.

Gestado no Distrito Federal, o Metrópoles vai, primeiro, olhar para o nosso quadrado. Apurar e contextualizar as implicações que os fatos terão para os brasilienses. O enquadramento geográfico será um incentivo para colocarmos os interesses dos candangos como prioridade e nunca um impedimento para buscarmos histórias, explicações além dos limites do DF.

O Plano Piloto é um ponto de partida, uma referência para avançarmos pelas outras regiões da capital da República.

Estamos prontos para fazer uma leitura mais abrangente e menos restrita (aos boletins de ocorrência) da vida que pulsa nessas 31 cidades.

Nos últimos meses, um grupo de 106 profissionais, entre jornalistas, designers, programadores trabalhou a maneira mais eficiente de fazer esse conteúdo alcançar a palma de sua mão. Começamos a apresentar, a partir de agora, o resultado deste projeto. As novidades serão contínuas, surgirão com a agilidade de que o usuário precisa, mas com a cadência de um veículo de comunicação que veio para ficar. Sistematicamente vamos incluir recursos, serviços e ferramentas para complementar sua experiência de navegação. Você vai nos conhecer aos poucos.

Para a estreia, reunimos alguns temas que mostram a vocação do Metrópoles de entregar notícia de primeira, embrulhada para presente. A reportagem “3,2,1… Rachas no Eixo Monumental debocham do Poder Público” foi construída a partir de um esforço de equipe que envolveu três repórteres, dois fotógrafos, um editor de vídeo e o motorista. Enquanto a fiscalização dormia, a turma do Metrópoles flagrou cenas que soam como uma gargalhada na cara das autoridades. Um grupo de 150 racheiros se reúne às quintas-feiras em frente a um posto do Detran para organizar pegas que avançam por endereços centrais da capital. Eles se sentem tão à vontade que até do Cruzeiro dá para ouvir a zoeira, embalada a funk e turbinada com vodca, cerveja e uísque.

Também vamos reportar o processo que cassou o título de doutora da professora Ana Zuleide. Ela defendeu, pela Universidade de Brasília, a tese Construção da Governança nos Espaços Protegidos Fronteiriços Brasil – Venezuela. Mas a professora, que leciona na Universidade Federal de Roraima, foi acusada de plágio. Agora, tenta na Justiça recuperar seu diploma.

Levantamos que nos últimos cinco anos, com exceção de 2013, a Estrutural foi cenário de filmes em todas as edições do Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. Mais que isso, personagens locais protagonizaram as produções. Uma injeção de autoestima que tem estimulado o surgimento de talentos na cidade cujas raízes foram alimentadas pelo chorume de um lixão. Em outubro, é a vez de Tiago Rocha mostrar no curta “Setor Complementar” sua visão sobre esse mundo de contradições.

Apresentamos ainda nesta terça (8/9) a história de Leonardo Marques, o criador do site Melhores Destinos. O cara que mudou o modo de as pessoas viajarem tem 35 anos e mora em Sobradinho. Longe de ser um agente de viagens, ele é um gênio dos algoritmos. Enquanto o site brasiliense reúne incríveis 6,9 milhões de visitas únicas por mês, o passaporte de Marques só exibe cinco carimbos. Na primeira vez que ele cruzou as fronteiras do Brasil, seu portal já havia decolado.

E, embora a seca deste ano em Brasília esteja de rachar, no Metrópoles o terreno da informação será sempre fértil. Aqui a notícia florescerá, na primavera ou em tempos de inverno. Bem-vindo a este admirável mundo novo. #esteanonaovaitersecadenoticia

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