Presos que hackearam autoridades estão isolados na Papuda

Três dos quatro suspeitos de hackear celulares da alta cúpula da República, entre eles o do presidente Jair Bolsonaro (PSL), estão isolados em celas separadas da massa carcerária, no sistema penitenciário do Distrito Federal. Gustavo Henrique Elias Santos (foto em destaque) e Danilo Marques foram levados para uma das alas mais seguras do Centro de Detenção Provisória (CDP), enquanto Suelen Priscila está no presídio feminino, a Colmeia, no Gama.

Considerado o líder do grupo, Walter Delgatti Neto ficará preso na PF. Os outros foram transferidos da Superintendência da Polícia Federal no fim da manhã dessa sexta-feira (02/08/2019). De acordo com uma fonte do sistema penitenciário ouvida pelo Metrópoles, os presos serão monitorados 24 horas por dia para evitar qualquer contato com outros detentos. “Teremos esse cuidado, já que não se trata de pessoas que cometeram crimes violentos ou com profundo envolvimento com a marginalidade”, explicou.

O juiz da 10ª Vara Federal em Brasília, Vallisney de Oliveira, converteu na noite de quinta-feira (01/08/2019) a prisão do grupo de temporária para preventiva. Eles estão detidos desde o dia 23 de junho. A transferência dos presos, no entanto, é contestada pelo defensor de Gustavo e Suelen, o advogado Ariovaldo Moreira. Segundo a defesa, a mulher corre riscos, pois já alegou ter sofrido maus-tratos no local.

Durante audiência de custódia na terça-feira (30/07/2019), Gustavo e Suelen relataram terem sido maltratados por agentes da Polícia Federal. Suelen contou que ficou detida em um local sem papel higiênico e teve de tomar água do chuveiro. “Eles riam, falavam que eu era hacker e que eles tinham de ter cuidado com o celular”, revelou.

Assim que ficou sabendo da transferência, o advogado do casal disse que vai recorrer da decisão por meio de uma petição junto à 10ª Vara Federal. “Estou peticionando e vamos despachar, de imediato, com o magistrado. Ela [Suelen] corre risco de vida”, destacou.