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Planilhas achadas com ex-gestores reforçam pagamento de propina

Documentos estavam nas casas dos ex-presidentes da Terracap e da Novacap Maruska Lima e Nilson Martorelli, respectivamente

atualizado

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1 de 1 maruska21 - Foto: Lula Marques/Secretaria da Copa

Documentos encontrados pela Polícia Federal nas casas dos ex-presidentes da Agência de Desenvolvimento do DF (Terracap) Maruska Lima e da Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) Nilson Martorelli reforçam a suspeita de recebimento de propina pelos gestores durante as obras do Estádio Nacional Mané Garrincha. Os objetos recolhidos constam no relatório final da Operação Panatenaico, encaminhado nesta sexta-feira (18/8) pela PF à 10ª Vara Federal.

O documento indicia 21 pessoas, entre elas os ex-governadores José Roberto Arruda (PR) e Agnelo Queiroz (PT), e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB). Em uma planilha localizada na casa de Maruska, aparece o nome “Pedro”. A PF desconfia que se trate do mesmo homem citado na delação premiada do ex-executivo da Andrade Gutierrez Rodrigo Leite Vieira como interlocutor de propina a Maruska. Segundo as investigações, a ex-presidente da Terracap recebeu R$ 500 mil para direcionar a escolha do consórcio responsável pelas obras no estádio.

O documento foi apreendido durante as investigações da Operação Panatenaico, em 23 de maio, na casa da ex-presidente da Terracap, no Lago Sul. Além do nome já conhecido pelos investigadores, a planilha de suposto pagamento de propina também traz referências a diversas transações financeiras com valores entre R$ 100 mil e R$ 500 mil.

No topo do documento, também são encontrados os dizeres “CB 2014” e “Via”, que podem fazer referência ao Consórcio Brasília 2014, responsável pela reforma do Estádio Mané Garrincha; e à construtora Via Engenharia, uma das integrantes do consórcio.

Durante a operação, os policiais encontraram ainda um documento nomeado “Argumentação Técnica”, no compartimento do estepe do carro de Maruska Lima. Segundo a Polícia Federal, as folhas constituem uma defesa não assinada do Consórcio Brasília 2014 direcionada ao Tribunal de Contas do DF. O documento faz diversas menções técnicas sobre a construção do estádio e teria o objetivo de responder a questionamentos da Corte de Contas.

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“Sobre esse item é estranho a investigada dizer que não sabia do que se tratava o documento, mesmo esse estando no interior de seu carro”, ressalta a Polícia Federal no relatório final da Operação Panatenaico. Nesta sexta-feira (18/8), Maruska Lima foi indiciada pela corporação pelos crimes de fraude licitatória, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

Nilson Martorelli
Na casa do ex-presidente da Novacap Nilson Martorelli, no Lago Sul, os policiais também encontraram uma planilha que acreditam indicar o pagamento de propina. O documento descreve operações financeiras realizadas entre dezembro de 2012 e maio de 2014.

Em um dos campos da planilha, as transferências somam R$ 500 mil. O valor é o mesmo que Martorelli teria recebido em troca de favorecimento às empreiteiras Andrade Gutierrez e Via Engenharia, para a realização da reforma do Mané Garrincha.

“Da análise acima, infere-se que o total das quantias descritas na primeira parte da tabela, mais especificamente no campo ‘valor de entrada’ – R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) – coincide com a propina supostamente cobrada por Nilson Martorelli, conforme consta nas declarações do colaborador Rodrigo Leite Vieira (ex-executivo da Andrade Gutierrez)”, afirma o relatório da Polícia Federal.

Reprodução/Internet

Cheques
Também na casa do ex-presidente da Terracap, os investigadores encontraram dois cheques que somam R$ 300 mil emitidos por André Luiz Silvestre. De acordo com a PF, em depoimento, o emissor afirmou que os documentos foram repassados a Nilson Martorelli no primeiro semestre de 2015, como garantia de um empréstimo. Os valores teriam sido entregues em espécie, dentro de uma sacola, segundo Silvestre.

Aos policiais, Martorelli afirmou que os cheques eram caução de um empréstimo concedido em moeda estrangeira a André Luiz Silvestre. “Note-se que Nilson, em suas declarações formais, busca, de maneira desesperada, desconfigurar a real versão desses cheques”, finaliza a PF.

Nilson Martorelli também foi denunciado nesta sexta (18) pelos crimes de fraude licitatória, peculato, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa.

O Metrópoles não conseguiu localizar os advogados dos dois indiciados até a última atualização desta reportagem.

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