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MPF denuncia 11 ex-deputados de Brasília em farra das passagens aéreas

Entre eles, estão o ex-governador Agnelo Queiroz, o ex-candidato ao GDF Jofran Frejat e o líder religioso Bispo Rodovalho

atualizado

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Michael Melo/Metrópoles
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1 de 1 Michael Melo/Metrópoles - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O Ministério Público Federal (MPF) denunciou 11 ex-deputados federais do DF por uso indevido das cotas parlamentares para pagar passagens aéreas. Entre eles, estão Tadeu Filippelli — assessor especial do presidente Michel Temer —, o ex-governador Agnelo Queiroz e o ex-candidato ao GDF Jofran Frejat.

Também compõem a lista Sigmaringa Seixas, Bispo Rodovalho, Geraldo Magela, José Edmar, Maninha, Osório Adriano, Ricardo Quirino e Jorge Pinheiro. Todos são acusados de usar dinheiro público para bancar viagens de parentes, amigos e até desconhecidos no escândalo conhecido como “farra das passagens”.

As investigações do MPF apuraram os gastos com deslocamentos aéreos de janeiro de 2007 a fevereiro de 2009. No total, esses ex-parlamentares gastaram R$ 229.215,14.

O campeão entre os políticos do DF foi Jofran Frejat, que, segundo o MPF, torrou R$ 53.317,98 em 37 passagens bancadas pela Câmara dos Deputados. Na sequência, aparecem Bispo Rodovalho, com R$ 46.310,78 usados para comprar 86 bilhetes; e Tadeu Filippelli, que pediu ressarcimento de R$ 38.495,28 por 56 trechos.

Veja a lista completa:

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A resposta dos ex-deputados
O Metrópoles procurou os políticos citados para comentar o assunto. Jofran Frejat negou irregularidades. “Cada parlamentar tinha direito a duas passagens por mês. Não sei exatamente o que eles estão investigando mas, na época, usei o que era permitido”, disse.

Maninha disse que não teve acesso ao processo. “Meu nome aparece com um valor de R$ 443. Não sei exatamente do que se trata, mas nunca usei passagens nem para mim nem para minha assessoria. Quero ter acesso ao processo para me pronunciar.”

Sigmaringa Seixas, afirmou nunca ter cometido irregularidade e disse que preferia não se pronunciar. Tadeu Filippelli argumentou que sempre foi responsável no uso do dinheiro público. “Todas as vezes que tive que usar passagens aéreas no exercício do mandato, o fiz respeitando os critérios legais.” Bispo Rodovalho, Geraldo Magela, Agnelo Queiroz, José Edmar, Ricardo Quirino e Osório Adriano não retornaram os contatos da reportagem. Jorge Pinheiro não foi localizado.

Rollemberg
Na mesma ação, o MPF ofereceu denúncia contra o governador Rodrigo Rollemberg referente ao período em que ele foi senador. Não há informação de quanto foi gasto por Rollemberg nem quem teria sido supostamente favorecido. Em nota, o chefe do Executivo local afirmou ter usado a cota apenas em atividades parlamentares. “Em nenhum momento foram expedidas passagens para familiares”, destaca o texto.

Os gastos com passagem são reembolsados por meio da Cota para Exercício da Atividade Parlamentar — o chamado Cotão. Os limites mensais do benefício variam conforme o estado de cada um dos 513 deputados e são acumulados ao longo do ano. A quantia leva em consideração a distância que o parlamentar precisa percorrer até a capital federal para trabalhar durante a semana.

A menor verba é a do Distrito Federal — R$ 30.788,66 —, já que os parlamentares residem na capital da República. Já os deputados de Roraima são os que têm direito ao maior valor: R$ 45.612,53. Líderes e vice-líderes partidários e presidentes e vice-presidentes de comissões ganham R$ 1.300 a mais por mês.

Denunciados
No total, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra 443 ex-deputados por uso indevido das cotas de passagens aéreas oferecidas pela Câmara. Outras 219 pessoas com foro privilegiado, entre elas atuais deputados federais e estaduais, senadores, governadores e membros de Tribunais de Contas poderão ter a situação examinada pela Procuradoria-Geral da República.

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