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PM lésbica pede R$ 25 mil após fala homofóbica de deputado do DF

Na época, ao comentar a foto, o deputado distrital Hermeto (MDB) disse que a “corporação tá se acabando”

atualizado

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Reprodução / Redes sociais
dois casais se beijando
1 de 1 dois casais se beijando - Foto: Reprodução / Redes sociais

A policial militar Cely, alvo de ataques homofóbicos por posar em uma foto beijando a então namorada na companhia de um casal gay, entrou, na última semana, com uma ação na Justiça pedindo indenização por danos morais contra o deputado distrital Hermeto (MDB). Na época, ao comentar a foto, o parlamentar disse que a “corporação tá se acabando”.

Na petição inicial, o advogado Mateus Santana afirma que as falas do distrital fizeram com que a PM “procurasse ajuda médica para tentar minimizar o abalo”. Cely precisou ser afastada e passou a tomar remédios.

O autor da peça diz ainda que a soldado foi “vítima de ameaças e perseguições por ‘colegas’ de farda, sendo que, ainda hoje, ela lida com os fatos com profunda angústia, labilidade de humor, insônia, pensamento acelerado e tristeza”.

Diante destes fatos, a policial pede condenação de Hermeto a pagar indenização por dano moral na ordem de R$ 25 mil. Ela quer ainda que o deputado seja condenado a publicar nas redes sociais um pedido de desculpas.

O que diz o deputado

Procurada, a assessoria do deputado Hermeto informou que não pode comentar casos que tramitam na Justiça.

Relembre o caso

Conforme contou a cabo Cely em entrevista ao Metrópoles em maio, ela estava na Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) havia cinco anos quando a foto foi tirada, na formatura de 2019. Até aquele momento, nunca tinha sofrido qualquer tipo de discriminação.

“Sempre fui assumida. Toda vez que me perguntavam ou tinham alguma especulação, eu falava e não tive problema. Eu sabia que existia preconceito, mas não era parte da minha vida”, explicou.

A foto, disse, foi tirada sem imaginar o problema que seria gerado. Ela já conhecia o outro PM, Henrique Harrison, das redes sociais e aquele foi o primeiro dia em que se encontraram pessoalmente.

“O Henrique repercutiu bastante após uma foto com o namorado, e foi nessa época que conversei pelo Instagram. Dei um retorno muito positivo da corporação. Na formatura, especificamente, ele me vendeu um convite para levar minha namorada e falou para sentarmos na mesma mesa. Vimos outros casais héteros tirando fotos beijando e tiramos também”, lembrou.

A partir da publicação, houve uma enxurrada de xingamentos direcionados aos dois casais. “Quando saíram os áudios, foi uma coisa que me abalou muito. Sabia ser uma preocupação maior dos agressores a imagem do homem gay na PM, mas me atingiu também. Foram 20 dias sem dormir, só revivendo aqueles comentários todos”, lamenta.

No 22º dia de noite mal dormida, Cely foi atrás de um psiquiatra e acabou ficando afastada por um mês das funções que desempenhava na assessoria jurídica do departamento de logística e finanças da PMDF.

Na época, a policial ficou com receio de entrar com as ações na Justiça. “O Harrison, na época, falou que levaria os casos adiante e eu achei melhor esperar. Ele teve mais coragem que eu, mas depois de um processo de amadurecimento, falei com um advogado que me ajudou bastante”, explica.

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A policial afirmou que não entrou com os processos por dano moral pelo dinheiro, mas pela situação que ela passou. “Eles f*deram com minha vida e vou deixar para lá? O que me motivou foi o desaforo”, contou.

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