PM indicia militares flagrados atirando com armas de fogo em protesto

Três PMs foram indiciados pela corporação após inquérito administrativo. Agora, eles devem ser julgados pela Auditoria Militar

Pedro Alves
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A Polícia Militar do DF indiciou por lesão corporal os três PMs flagrados atirando com armas de fogo durante manifestação contra o governo federal, no último dia 24 de maio, na Esplanada dos Ministérios. A decisão é resultado de um inquérito administrativo instaurado pela corporação para apurar o caso. Agora, os PMs devem ser julgados pela Auditoria Militar, que abrange as varas especializadas em analisar crimes militares.

Os policiais já haviam sido afastados das ruas desde junho e, de acordo com a PMDF, permanecem distantes das atividades operacionais. Uma pessoa foi baleada no protesto: o servidor público aposentado Carlos Giovani Cirilo, 61 anos, que chegou a ser internado em estado grave, mas passa bem.

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Morador de Belo Horizonte, o manifestante veio a Brasília para participar do protesto contra o governo Temer. Após ser baleado, ele foi admitido na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital de Base do DF (HBDF). Depois, foi transferido para a cidade onde mora com a família.

De acordo com a Polícia Militar, no entanto, ainda não há definição se o tiro que atingiu Carlos Giovani Cirilo partiu da arma de um dos policiais indiciados. “Algumas perguntas ainda não foram respondidas pela falta de perícia do projétil, que ainda está alojado no indivíduo. Não foi possível saber se partiu da arma de um policial militar, pois foi constatado que outras pessoas armadas participaram da manifestação”, declarou a corporação em nota.

Flagrante em vídeo
Um vídeo publicado no dia da manifestação evidencia o momento em que pelo menos dois policiais atiram com armas de fogo contra os participantes do protesto. A gravação mostra um PM efetuando cinco disparos para o alto e correndo em direção aos manifestantes. Na sequência, outros dois tiros espantam ativistas que estavam na entrada de um ministério. Por fim, um segundo policial saca a arma, faz disparos e, em seguida, pede aos colegas que recuem.

Durante coletiva de imprensa após a manifestação, o comandante-geral da PM, coronel Marco Antônio Nunes, lamentou a situação: “Tenho 30 anos de manifestações na Esplanada e nunca tinha visto nada parecido. A manifestação foi muito agressiva, mas mesmo assim não podemos fazer isso. Todas as circunstâncias precisam ser apuradas”.

Depredação
A manifestação do dia 24 de maio na Esplanada dos Ministérios foi marcada pela violência. Quarenta e nove pessoas, entre policiais e manifestantes, ficaram feridas durante a ação. No dia, foram registradas 12 ocorrências em flagrante por crimes como porte de arma branca, porte de entorpecente, dano a bem público, lesão corporal, resistência a prisão e desacato. Oito pessoas foram presas.

Em comunicado, à época, a Organização das Nações Unidas (ONU) condenou o uso “excessivo da força por parte da Polícia Militar para reprimir protestos e manifestações no Brasil”. Já a Advocacia-Geral da União (AGU) anunciou que cobraria de centrais sindicais os prejuízos com as depredações na Esplanada. Só no Ministério da Educação, os danos chegaram a R$ 172 mil.

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