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“PM foi xingado”, diz síndico de prédio, após agressão a motoboy

Responsável por condomínio em Taguatinga também ouviu impropérios. Representante da categoria diz que entregador “respondeu à ignorância”

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Motoboy-agressao
1 de 1 Motoboy-agressao - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

O síndico do condomínio em Taguatinga Norte onde um policial militar agrediu um motoboy na noite de domingo (19/01/2020) conta que o entregador recebeu diversos pedidos para que saísse do lugar em que estava estacionado, pois atrapalhava os pedestres. De acordo com o administrador, ele foi xingado várias vezes, assim como o PM.

Rafael Curinga, 30 anos, é enfático ao narrar o acontecimento. Conforme conta, o motoboy chegou à entrada do prédio às 20h26 e estacionou em frente à passagem utilizada pelos moradores. “O porteiro pediu para que ele estacionasse em outro lugar, mas o entregador disse que ia ficar ali mesmo até terminar o serviço.”

Pouco depois, às 20h30, o motoboy voltou, segundo Rafael. “Em vez de ir embora, acendeu um cigarro e ficou sentado em cima da moto”. Novo pedido teria sido feito para ele sair do local, mas, de novo, houve recusa.

Nesse meio-tempo, o PM estava chegando em casa, viu a confusão e perguntou o que acontecia. “O policial militar pediu para ele tirar [a moto] e foi xingado também. Depois disso, é o que aparece nas filmagens que outra moradora fez”, afirma.

Rafael desceu à portaria depois de o PM ter sacado a arma. “Mesmo com aquilo tudo, o motoboy não quis sair. Fui xingado e, só quando as viaturas da polícia chegaram e fomos à delegacia, ele saiu”, explica.

Um morador do condomínio, que preferiu não se identificar, confirmou que o entregador se recusou a tirar a moto da frente do prédio, mesmo tendo recebido vários pedidos. “Ele xingou o porteiro, falou que não ia sair dali. Desceu o síndico, que também falou para ele tirar e o motoboy não tirou”, afirma.

Na versão do vizinho, porém, foi o próprio condomínio quem pediu a ajuda do PM para resolver a situação.

Vídeos

Imagens circularam em diversas redes sociais e aplicativos de mensagem. Nos vídeos, o PM, sem farda, e o motoboy discutem. Em determinado momento, o policial saca um revólver da cintura e ameaça o entregador. O caso foi registrado na 12ª DP (Taguatinga Centro).

A Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) informou, por meio de nota, que vai “analisar as imagens e verificar a situação”. Também disse que o PM foi chamado pelo porteiro e pelo síndico do prédio, devido à “atitude agressiva e suspeita” do entregador.

A corporação diz que, na delegacia, foi constatado que o motoboy “possui várias passagens pela polícia, entre elas, por porte ilegal de arma de fogo, receptação e desacato”.

O próprio PM registrou a ocorrência na Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF). Foram ouvidas testemunhas e os envolvidos seguiram para o Instituto de Medicina Legal (IML). O motociclista, de 21 anos, também prestou depoimento na delegacia.

Veja as imagens:

“Grosseria”

Abel dos Santos, 28, representante da Associação de Entregadores por Aplicativo, apresenta uma versão diferente. Segundo ele, foram os porteiros quem começaram com a falta de educação. “Ele respondeu à ignorância. Foram grosseiros com o entregador, que respondeu com grosseria”, diz.

De acordo com Abel, o entregador não achou um lugar melhor para estacionar a moto e acabou parando ali, achando que seria algo rápido. “Acontece com todo motoboy. São poucos os prédios que têm lugar para moto. Aí, a gente para onde consegue”, alega.

Para ele, o PM demonstrou descontrole durante a discussão. “O entregador não oferecia nenhum tipo de ameaça. O militar que se alterou, não teve controle.”

Devido a casos como esse, Abel defende a união entre os entregadores: “A gente criou a associação por causa disso. Queremos mais respeito das empresas de aplicativo, dos restaurantes e dos moradores”.

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