Para polícia, 250 mil carros com quilometragem fraudada circulam no DF
Quadrilha especializada em adulterar hodômetros é presa pela PCDF. Oficinas mecânicas e revendas de automóveis estão envolvidas em esquema
atualizado
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A Polícia Civil deflagrou nesta quinta-feira (9/3) a Operação Regresso. O objetivo foi prender integrantes de um grupo criminoso especializado em adulterar hodômetros (equipamento que mede a quilometragem) de veículos para enganar os consumidores na hora da venda, conseguindo preços melhores. As investigações apontam que o esquema tenha adulterado pelo menos 250 mil automóveis em circulação nas vias do Distrito Federal. A frota brasiliense conta com 1,6 milhão de veículos.
Onze pessoas foram presas e 30 carros apreendidos. O grupo, de acordo com a polícia, agia em parceria com revendas de veículos localizadas no Plano Piloto, Ceilândia, Taguatinga e na Cidade do Automóvel. Oficinas mecânicas que faziam a adulteração também estão entre os alvos da operação.
“O prejuízo é enorme para os consumidores, já que pagam valores de carros seminovos em veículos com grande quilometragem”, disse Victor Dan, delegado chefe da 23ª Delegacia de Polícia (Ceilândia), que coordena a operação.Entre os presos estão sete pessoas que trabalhavam apenas com a adulteração do equipamento. Um deles agia há mais de 20 anos no Distrito Federal. Depois de fraudar os hodômetros, os carros eram colocados à venda e anunciados como “pouco rodados” e com preço acima de mercado.
Trinta e seis pessoas foram indiciadas em inquérito policial por associação criminosa, estelionato e crime contra as relações de consumo.
A ação conta com a participação de 107 policiais civis, que cumprem 90 mandados judiciais – 83 de busca e apreensão para carros adulterados, domicílios e escritórios dos envolvidos, e sete de prisão.
Um dos dos homens apontados como dono de um estabelecimento especializado na adulteração da quilometragem deu uma demonstração de como o trabalho é feito. O carro usado para explicar como a fraude funciona também havia sido apreendido pela polícia. “É um serviço que esses fraudadores fazem em questão de minutos. eles chegam a adulterar entre 30 e 40 veículos por dia”, explicou o delegado.