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PCDF pedirá dados do HFA sobre denúncia de que gêmea sumiu no parto

Mulher afirma que, em fevereiro de 1996, teve filhas gêmeas, mas só uma foi entregue. Caso havia sido arquivado na época, mas foi reaberto

atualizado

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1 de 1 foto destaque caso gêmeas - Foto: Imagem cedida ao Metrópoles

A Polícia Civil do Distrito Federal pedirá documentos do Hospital das Forças Armadas (HFA) sobre o caso do suposto parto de gêmeas, em fevereiro de 1996, no qual apenas uma criança foi entregue à mãe, a gestora de negócios Carla Patrícia Furtado, após uma cesariana. O HFA enviou, nesta segunda-feira (23/09/2019), um representante à 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro) para comentar o assunto.

Segundo a delegada-chefe da 3ª DP, Cláudia Alcântara, a instituição afirmou que está à disposição dos investigadores para esclarecer dúvidas sobre o episódio ocorrido há 23 anos. Ainda de acordo com a delegada, ela está preparando os ofícios para encaminhar às pessoas que a polícia pretende pretende ouvir nos próximos dias. Os nomes, contudo, são mantidos em sigilo para não atrapalhar as apurações.

O HFA, local onde Carla Patrícia deu à luz, sustenta que, na época do caso, foram abertos uma sindicância e um Inquérito Policial Militar, nos quais todos os integrantes da equipe médica prestaram depoimento. Naquele ano, eles atestaram o nascimento de apenas uma menina.

O caso voltou à tona na semana passada, em função da notícia de que uma mulher que estaria grávida de gêmeos, em Goiás, teria recebido apenas uma das crianças após o parto. Depois de tomar conhecimento do fato, Carla Patrícia Furtado decidiu procurar novamente a polícia de Brasília.

De acordo com Carla Patrícia, uma das filhas gêmeas foi tirada dela logo após o parto. Ela enfatizou que todas as ecografias foram entregues à equipe médica que fez a cesariana, mas tais documentos teriam desaparecido do HFA. Desde então, ela nunca parou de procurar a menina.

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Sindicância

Em nota enviada ao Metrópoles, o HFA informou que “a prova testemunhal revelou que a paciente estava consciente e tomou conhecimento do fato ainda no centro cirúrgico. Especialistas na área de obstetrícia confirmaram ser “possível a emissão de pareceres equivocados em exames de imagem pré-natal”.

“Face ao exposto, o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) solicitou o arquivamento do inquérito enviado pela Justiça Militar, que foi deferido por sentença transitada em julgado no Juízo de Direito da Vara Criminal de Brasília”, diz trecho do comunicado do hospital. Carla Patrícia, contudo, afirma que nunca foi ouvida nos processos.

Relato

Ao Metrópoles, Carla Patrícia contou como foi o episódio. “Dei entrada no hospital em 16 de fevereiro de 1996 para o parto das gêmeas Jéssica e Natália. No dia, recebi a anestesia e, quando acordei, me deram só uma bebê. Perguntei sobre a outra e me disseram que foi um erro de diagnóstico, que era só uma filha mesmo. Todos os meus exames mostraram que eram gêmeas. No pré-natal, ouviam o coração das duas crianças sempre”, relatou.

A mulher enfatizou, inclusive, que todas as ecografias foram entregues à equipe médica que fez a cesariana, mas tais documentos teriam desaparecido do HFA.

A gestora de negócios pontuou ainda que, após o parto, passou mal e ficou dois dias sem poder ver as crianças. “Minha mãe foi me visitar e uma enfermeira mostrou duas crianças. Ela até comentou comigo que eram lindas”. Mas, pouco depois, o hospital informou que seria apenas uma menina.

De acordo com Carla Patrícia, depois de receber alta, a enfermeira Maria Rodrigues da Silva, que trabalhava no hospital na época, a teria reconhecido no ônibus e dito ter visto que eram gêmeas. “Ela me aconselhou a ir atrás do hospital. Ela era a minha única testemunha, mas faleceu naquele mesmo ano”, informou.

DNA

Carla Patrícia recebeu uma informação anônima de que sua outra filha, que se chamaria Natália, estaria no Rio de Janeiro e teria sido dada a um general que teve uma filha natimorta. Ela foi à capital fluminense e só descobriu que a informação era falsa quando chegou lá e procurou o denunciante para intermediar o contato para que pudesse fazer o DNA.

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