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PCDF indicia pai e filha em caso de acidente com Porsche na Asa Sul

O pai da condutora, o advogado Marcondes Paiva, vai responder por falsidade ideológica e tentativa de estelionato por mentir em depoimento

atualizado

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CBMDF/Divulgação
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1 de 1 cayenne2 - Foto: CBMDF/Divulgação

A Polícia Civil do DF indiciou Sthephany Fernandes de Paiva por embriaguez. Ela bateu um Porsche Cayenne no poste próximo ao balão da 708/709 Sul, em frente a uma academia. O acidente ocorreu por volta das 2h45 do dia 1º de agosto. O pai da condutora, o advogado Marcondes Paiva, vai responder por falsidade ideológica e tentativa de estelionato.

De acordo com o delegado da 1ª Delegacia de Polícia (Asa Sul), João de Ataliba Neto, testemunhas afirmaram em depoimento que a motorista havia ingerido bebida alcoólica. “Ela estava dirigindo em alta velocidade momentos antes do acidente. O pai alegou que era ele quem dirigia. Inseriu informação falsa em documento público e usou isso para tentar ludibriar o seguro”, explicou o delegado.

Metrópoles teve acesso ao extrato de consumo de bebidas da condutora e da passageira do veículo. O grupo de quatro mulheres estava em um bar, no Sudoeste, horas antes do acidente.

 

De acordo com o documento, as jovens consumiram um combo de vodka, além de terem fumado narguilê. O total da conta foi de R$ 209. As mulheres chegaram ao estabelecimento às 22h26 e saíram às 2h24 da manhã. Minutos depois, o carro dirigido por Sthephany ficou completamente destruído. As duas colegas estavam em um Honda Civic que seguia logo atrás.

Os policiais começaram a desconfiar da história quando colheram o depoimento de uma das amigas de Sthephany. A jovem, segundo os investigadores, teria sido orientada a mentir ao apontar Marcondes como o motorista do veículo. Avisada pelos agentes sobre a possibilidade de ser presa por falso testemunho, a garota chorou e resolveu contar a verdade, afirmando que quem estava à frente do volante era Sthephany.

O pai da condutora chegou a ter a prisão preventiva solicitada pela 1ª DP, por conveniência da instrução criminal, mas o Judiciário indeferiu o pedido. De acordo com a polícia, a medida foi tomada devido ao fato de Marcondes Paiva ter tentado atrapalhar a coleta de provas, induzindo as testemunhas a mentirem.

Na semana passada, outra jovem que estava no carro revelou que Marcondes também pediu para ela mentir aos investigadores. Conforme informação dos policiais, a mulher disse que o advogado a chamou em sua casa, alguns dias após o acidente, para pedir que ela confirmasse as supostas declarações falsas dadas por ele e a filha “a fim de não prejudicar ninguém”.

No entanto, a mulher disse aos policiais ter sido orientada por familiares a contar a verdade.

Depoimento
Em depoimento, o advogado afirmou ter saído no dia do acidente para deixar a filha e uma amiga na casa de outra colega, na Asa Sul, por volta de 21h. Ele teria retornado ao local por volta de 2h da manhã para buscá-las, quando teria ocorrido o acidente. Em nenhum momento, o fato de as jovens terem estado em um bar foi citado pelo pai de Sthephany.

Sobre o indiciamento de tentativa de estelionato cometida pelo advogado, os investigadores explicaram que Marcondes Paiva tinha o objetivo de dar entrada no seguro do Porsche usando informações falsas, ludibriando a empresa. Os policiais requisitaram uma série de dados da seguradora para respaldar o indiciamento.

A reportagem tentou contato com Marcondes Paiva em seu escritório de advocacia, mas foi informada de que o advogado viajou nesta semana e só retorna no fim do mês. O número de celular dele não foi repassado.

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