PCDF acha laboratório de ecstasy em apartamento de Águas Claras

A fabricação da droga era feita em prédio da Rua Manacá. Operação para prender suspeitos acabou em tiros na cidade

Nathália Cardim
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O tiroteio que assustou moradores e comerciantes na Avenida Araucárias na tarde de quarta-feira (28/08/2019) foi resultado de uma operação para o combate ao tráfico de drogas na região administrativa, deflagrada pela Coordenação de Repressão às Drogas (Cord) da Polícia Civil do Distrito Federal. Um homem acabou preso em Taguatinga e outro suspeito conseguiu fugir. Durante a ação, a PCDF achou um laboratório de ecstasy.

Segundo informações da delegada da Divisão de Repressão às Drogas 2, Camila Bessas, as investigações começaram há cerca de um mês, após denúncia anônima de que os suspeitos faziam tráfico de drogas delivery em várias regiões do DF.

“Eles percorriam diariamente cerca de 200km vendendo drogas dentro do carro. Iniciamos o monitoramento em julho deste ano e identificamos que a ação ocorria sempre do mesmo modo. O usuário pedia a droga desejada e eles levavam até o comprador, que permanecia de 10 a 15 segundos no veículo. Após a venda, eles seguiam viagem”, detalhou.

Na quarta-feira (28/08/2019), equipes da Cord acompanharam a dupla desde as primeiras horas do dia. “Eles almoçaram juntos e, após a refeição, cada um seguiu para um rumo. Nós acompanhamos o trajeto e realizamos a prisão de um dos suspeitos, após identificarmos um usuário que havia acabado de comprar drogas. Ele relatou que era cliente da dupla há cerca de um ano”, ressaltou Camila Bessas.

Matheus Mascarenhas Leal, 24 anos, foi alcançado pela equipe na entrada de Taguatinga. O outro traficante, identificado como Caíque dos Santos Peixoto, 26, foi perseguido em Águas Claras. Depois de troca de tiros, conseguiu fugir e ainda não foi localizado.

“O Caíque tinha muita quantidade de drogas e uma arma no carro. Infelizmente a PCDF optou por deixar o suspeito evadir pela segurança dos moradores. Nós prezamos sempre pela segurança da população. Não é um padrão nosso envolver as equipes em uma troca de tiros, principalmente em uma região em que se tem escolas, crianças e pedestres. Infelizmente o criminoso iniciou o tiroteio e, com o intuito de abordá-lo e prendê-lo, houve a necessidade de revidar. Ele ainda teria colidido com vários veículos durante a fuga”, disse. A PCDF informa que aqueles que tiveram prejuízo devem procurar as delegacias para registrar ocorrência.

Segundo uma testemunha, que pediu para não ter o nome divulgado, pelo menos sete disparos foram feitos pelo homem armado com uma pistola, em frente a uma escola particular na Avenida Araucárias. Um dos projéteis passou a centímetros de um motorista de caminhão de entregas que vende produtos para um supermercado da região. O profissional registrou imagens do buraco da bala na lataria da porta do veículo. Ele gravou um vídeo mostrando-se agradecido por ter escapado de ser atingido.

Em vídeos, é possível ouvir os disparos e ver o atirador correndo:

Em Águas Claras, foi encontrado um laboratório de ecstasy montado em um apartamento na Rua Manacá, no lote 80. “Lá localizamos uma prensa e vários utensílios utilizados para a fabricação do entorpecente. Os policiais também acharam grande quantidade de maconha, skunk, cocaína, aproximadamente 1,3 mil comprimidos de ecstasy e haxixe paquistanês, uma droga potencializada cujo valor de 100 gramas chega a custar R$ 4 mil”, destacou a delegada.

Caso sejam condenados, os suspeitos poderão responder por tráfico de drogas e associação para o tráfico de drogas. Ainda segundo a delegada Camila Bessas, também foram localizadas drogas em uma casa de Vicente Pires, onde Caíque residia, e em outro endereço no Jardins Mangueiral.

Caíque ainda poderá responder por dano e resistência, disparo em viatura e até por tentativa de homicídio, já que atirou contra a equipe.

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