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Paralisação causa longas filas de espera por ônibus na Rodoviária

Parte dos motoristas e cobradores do Entorno do DF não receberam salários e 13º. Por conta disso, eles fizeram uma paralisação nesta 3ª

atualizado

Vinicius Schmidt/Metrópoles

Passageiros que aguardavam por ônibus para embarcar com destino ao Entorno do Distrito Federal reclamaram das longas filas e espera na Rodoviária de Brasília, na noite desta quarta-feira (7/12). A demora foi causada pela paralisação dos rodoviários que atuam no sistema de transporte dessas cidades, pela tarde.

A recepcionista Maria dos Santos, 32 anos, estava há 40 minutos aguardando pelo ônibus que iria para Planaltina de Goiás. “Sempre é mais demorado para essa região, mas hoje está pior. Vemos uma deficiência gigantesca no transporte público”, relata.

Segundo a passageira, mesmo que os funcionários tenham razão em fazer a paralisação, o protesto afetou quem precisou de ônibus. “Só eles sabem a jornada deles, não é culpa dos rodoviários, mas prejudica a gente”, comenta.

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Para a técnica de enfermagem Nadjila Carolina, 40 anos, a espera foi ainda maior. Ela ficou quase 2h30 na fila de embarque para o Céu Azul. “Tá muito difícil conseguir um ônibus. Essa paralisação acabou prejudicando demais a gente”, disse.

Segundo o Sindicato dos Rodoviários do Entorno, parte dos motoristas e cobradores não receberam salários e 13º, o que teria motivado a suspensão dos serviços. Após 2 horas de paralisação, os ônibus do Entorno voltaram a circular. Porém, no início da noite, o protesto ainda surtia efeitos nas longas filas.

A gestão do transporte do Entorno voltou à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) esta semana, após o GDF cumprir decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) e suspender o aumento da tarifa.

Em nota, o sindicato informou que ” está consciente de todos os problemas enfrentados, mas as empresas assumiram os compromissos com os trabalhadores e devem cumpri-los.”

STF suspende reajuste em passagens de ônibus do Entorno do DF

A atendente Julieta Carvalho, 37 anos, estava há uma hora esperando o ônibus para Pedregal, mas sem expectativa de quando ele poderia chegar. “Não tenho certeza se o coletivo vai passar, estou cogitando pegar um para Santa Maria e, de lá, tentar o ônibus certo” contou.

Já o comerciante Rodolfo Gomes, 28 anos, tentava a sorte para conseguir embarcar em direção à Cidade Ocidental. “Tem quase duas horas que eu estou aqui com o pessoal na fila. Acaba que os passageiros são os mais afetados com essa paralisação”, comentou.

Quem também aguardava por um ônibus era a estudante Rebeca Lima, 21 anos. De acordo com ela, a longa espera também ocorreu na parada da Universidade de Brasília (UnB).

“Para Valparaíso de Goiás, nesse horário, costumam passar dois ônibus, e as pessoas formam duas filas. Como um deles não passou ainda, todo mundo se organizou em uma única fila, que ficou gigantesca”, explicou a estudante.

A Associação Nacional das Empresas de Transporte Rodoviário Interestadual de Passageiros (Anatrip), também em nota, afirma que é inviável que as empresas continuem operando “com uma tarifa tão defasada, tendo em vista o aumento dos insumos nos últimos meses, especialmente em razão do aumento desproporcional do diesel.”

Além disso, a associação reclama que as empresas operam sem subsídio do governo para atender a população. A Anatrip também informou que as empresas esperavam o repasse de verbas oriundas da PEC do Idoso, que não ocorreu.

Procurada, a ANTT não respondeu sobre a questão dos repasses e pagamentos à categoria. O espaço segue aberto para manifestação.






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