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Pai diz que Bernardo morreu ao ser dopado com remédio controlado

Em depoimento à PCDF, Paulo Roberto contou que queria viajar com o filho. Ele deu medicamento misturado ao suco de uva para a criança

atualizado

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Reprodução/Redes sociais
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1 de 1 bernardo - Foto: Reprodução/Redes sociais

Paulo Roberto de Caldas Osório, 45 anos, confessou ter matado o próprio filho Bernardo, de apenas 1 anos e 11 meses. Em depoimento à Polícia Civil do DF, o funcionário do Metrô disse que a ideia inicial era “dar um susto” na ex-mulher, Tatiana da Silva, e na mãe dela. Segundo ele, as duas dificultavam o acesso ao menino. O plano era fazer uma viagem com o garoto. Para isso, teria dissolvido comprimidos de medicamento controlado que tomava e misturado ao suco do da criança. A bebida foi dada ao filho após a saída da escola, na sexta-feira (29/11/2019). O objetivo era que ele dormisse durante o trajeto até Minas Gerais. A criança, porém, teria passado mal, vomitado e, depois, morrido.

O pai afirmou à polícia que diluiu três comprimidos do sonífero hemitartarato de zolpidem, que tomava diariamente, e misturou ao suco do menino, servido em um copo infantil. Assim que buscou o filho no colégio, por volta das 16h45, pediu que ele desse pelo menos dois goles. A bebida foi consumida mais algumas vezes.

O depoimento foi prestado nessa terça-feira (03/12/2019). Osório disse que em um primeiro momento, após tomar algumas goladas do suco, Bernardo não teria adormecido. Então, ele teria desistido da viagem e retornado para casa, na 712 Sul, e dado banho no menino. A intenção, contou, seria devolver a criança à mãe. Entretanto, o menino teria vomitado e ficado sonolento. Com a criança dormindo, ele retornou ao plano original de viajar.

De acordo com o agente de estação do Metrô-DF, que estava afastado do trabalho para tratamento psicológico, após uma parada para abastecer o carro, entre os estados de Goiás e da Bahia, notou que Bernardo estava muito quieto na cadeirinha e em uma posição desconfortável. Disse que estacionou o carro às margens da rodovia, foi para o banco de trás e ao tentar colocá-lo em uma posição melhor, notou que o menino estava “molenguinho”. Ao procurar os sinais vitais, percebeu que ele havia morrido.

“Coloquei o ouvido no peito dele e não senti o coração”, relatou no depoimento. Desesperado, teria continuado a viagem por tempo indeterminado até se deparar com uma vegetação mais alta. Parou o carro, escondeu o corpo do filho no capim e arremessou a cadeirinha para longe. Depois, dirigiu até a cidade de Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia, onde pernoitou de sexta para sábado (30/11/2019).

No sábado, seguiu viagem até Alagoinha (BA), onde acabou preso pela PCDF, nessa segunda-feira (02/12/2019).

 

Divulgação/PCDF
Paulo Roberto disse que diluiu três comprimidos do remédio controlado dele no suco de uva do filho

 

Divulgação/PCDF
Polícia encontrou copo com suco ao lado da cama de Bernardo, na casa do pai, na 712 Sul. Remédio controlado foi dissolvido na bebida

 

De acordo com o delegado Leandro Ritt, da Divisão de Repressão a Sequestros (DRS), o crime foi premetidado por vingança. “Ele está dizendo que a morte foi acidental, mas não acreditamos nisso”, disse o policial.

Para Ritt, dificilmente o corpo de Bernardo será encontrado: “Ele quer perpetuar a dor da família”. Segundo o delegado, helicópteros e equipes da Polícia Civil percorrem uma área de 100 quilômetros em busca do menino.

Mãe assassinada

Paulo Roberto de Caldas Osório, 45, já havia sido preso e internado na ala psiquiátrica da Papuda suspeito de assassinar a mãe. O crime ocorreu em 12 de março de 1992, na 712 Sul. Na ocasião, Paulo tinha 18 anos e atacou Neuza, assim que ela chegava de uma caminhada no Parque da Cidade.

Ele pensou se tratar de um ladrão e a matou a facadas, mesmo ela dizendo: “Filho, não faz isso. Eu sou sua mãe”. Logo depois, Paulinho, como era tratado na ocasião, usou uma corda para enforcar a vítima e colocou fogo no próprio corpo. Tentou apagar, mas era tarde demais. Depois, Paulo saiu de casa e quem encontrou o corpo de Neuza foi o marido da vítima, também chamado Paulo.

Veja fotos da criança:

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“Os policiais me ligaram ontem à noite. É uma dor que faz o peito, a barriga e as costas doerem. Não passa. Só alivia quando eu choro. Não quero ver nem falar com ele. Fez isso por causa de dinheiro, porque pedi pensão. É vingança”, afirmou. Após ser preso, Paulo tentou tirar a própria vida na cela.

A Companhia do Metropolitano do DF (Metrô-DF) informou que Paulo Roberto Osório é empregado da empresa e não comentará o assunto, uma vez que os fatos narrados não se relacionam com suas atividades na companhia.

O pai pegou a criança na escola, localizada na Asa Sul, na manhã dessa sexta-feira (29/11/2019). Na ocasião, ele disse que a devolveria ainda no mesmo dia, por volta das 20h.

“Depois, um pouco mais tarde, ele mandou mensagem (veja abaixo) dizendo que não iria retornar e estava fugindo. Não deu mais notícias”, relembrou Tatiana da Silva.

Reprodução/PCDF

 

 

Logo, Tatiana procurou a polícia para registrar ocorrência. Preocupada, pois o ex-marido possui um quadro de depressão, ela não imaginava para onde Bernardo poderia ser levado.

“Ele [o ex-marido] sofreu um ataque psicótico antes de pegar meu filho. A relação sempre foi tranquila para ficar com a criança, mas acho que ele deve ter feito isso depois que entrei com um processo de pensão alimentícia”, destacou.

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