O empresário Marius Fragoso dos Santos (foto principal), 46 anos, foi preso por policiais da 10ª Delegacia de Polícia (Lago Sul), na noite desse domingo (12/3). O mandado de prisão condenatória por associação para o tráfico foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).
Equipes do Distrito Federal cumpriram dois mandados de prisão e, segundo a polícia, o alvo estava foragido há mais de dois anos. Investigadores da 10ª DP receberam a informação de que Marius se encontrava na capital do país e, após ações de inteligência e monitoramento, descobriram que ele estava em uma casa de festas, no Riacho Fundo.
O foragido foi preso por policiais à paisana, quando deixava o local com amigos. Atualmente, ele atuava como empresário de cantores sertanejos do DF e região.

Marius Fragoso dos Santos foi preso nesse domingo (12)

Segundo a PCDF, empresário foi condenado por tráfico de drogas

Marius Fragoso dos Santos estava foragido

O suspeito ostentava vida de luxo nas redes sociais

Marius Fragoso dos Santos

Marius preso pela PCDF
Após as devidas providências legais, o foragido foi levado para a carceragem da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), onde aguardará ser transferido para o Rio de Janeiro.
Em 2010, o empresário já havia sido preso pela Polícia Federal, no Rio de Janeiro. As investigações apontavam que o suspeito, também conhecido como o Bam-Bam, fazia parte de um grupo de traficantes que atuava em Angra dos Reis e abastecia as bocas de fumo da região entre Volta Redonda, Barra Mansa e Pinheiral. A PF informou, à época, que Marius dos Santos era responsável por distribuir as drogas da quadrilha na capital.
Rifas
Nas mídias sociais, Marius diz fazer parte da empresa Best Produções Artísticas, responsável por diversos artistas com projeção nacional. Ano passado, outro integrante da firma entrou na mira da PCDF. Inicialmente, foi divulgado que Marius seria empresário de dois artistas, informação que não se confirmou posteriormente. Os artistas que atualmente trabalham ou trabalharam com o suspeito não fazem parte da investigação.
Em 21 de março de 2022, Eduardo Best foi investigado no âmbito da Operação Huracán. À época, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dele, no Lago Sul.
Eduardo coleciona 331 mil seguidores no Instagram e ostentava uma Ferrari 458 Spider, avaliada em, aproximadamente, R$ 3 milhões. O veículo de luxo chegou a ser apreendido na ação.
As apurações da Divisão de Repressão a Roubos e Furtos (DRF) revelaram que o carro esportivo estaria em nome do youtuber Kleber Rodrigues de Moraes, conhecido como Klebim.
O influenciador digital, preso por suspeita de liderar um esquema de rifas ilegais e lavagem de dinheiro, era uma das personalidades agenciadas pela Best Produções.
Influente no meio artístico, Eduardo Best chegou a usar a Ferrari vermelha e outros carros superesportivos, como uma Lamborghini prata de Klebim, na produção de clipes musicais.
Os investigadores identificaram que o empresário teria usado contas nas redes sociais para promover a divulgação dos jogos clandestinos de Kleber de Moraes.
Também há suspeita de que o escritório dos artistas fosse usado para ocultar valores provenientes da venda de rifas do grupo criminoso.
Entre agosto de 2019 e janeiro de 2020, a Best Produções recebeu R$ 1,1 milhão. Entretanto, os responsáveis pela empresa alegaram ter rendimento mensal de R$ 78 mil. Os investigadores teriam detectado, ainda, a transferência de R$ 1 milhão para a conta de Klebim.
Veja imagens da Operação Huracán:

Influenciador conhecido como Klebim foi preso Hugo Barreto/Metrópoles

Polícia investiga esquema de rifas ilegaisHugo Barreto/Metrópoles

Youtuber movimentou mais de R$ 20 milhõesHugo Barreto/Metrópoles

Polícia também apura crime de lavagem de dinheiroHugo Barreto/Metrópoles

Operação é coordenada pela DRFHugo Barreto/Metrópoles

Youtuber costuma ostentar carros importadosHugo Barreto/Metrópoles

Veículos de luxo foram apreendidosHugo Barreto/Metrópoles

Kleber Moraes, conhecido como KlebimHugo Barreto/Metrópoles

Operação contou com apoio do DOEHugo Barreto/Metrópoles
O outro lado
A defesa constituída pelo empresário se manifestou sobre a prisão e as circunstâncias sobre o caso envolvendo a associação para o tráfico investigada pela polícia. Leia abaixo a nota da defesa:
A defesa do empresário Marius Fragoso dos Santos, através do Dr. Jadson Carvalho Lino, informa que o empresário não foi preso pelo crime de tráfico de drogas, mas associação ao tráfico, crime ocorrido no ano de 2007. A prisão deverá ser revogada nas próximas horas, tendo em vista decisão do habeas corpus em trâmite no Superior Tribunal de Justiça, que reduziu a pena e concedeu o cumprimento em regime mais benéfico, no caso, o semiaberto.
Com parte da pena já cumprida no ano de 2007, acertadamente o Juízo da Execução Penal do Rio de Janeiro deverá decidir pelo cumprimento da pena no regime aberto, ou seja, em liberdade. Na oportunidade, o mandado de prisão em aberto, deveria ter sido recolhido e, por um erro material, foi cumprido equivocadamente.
Não há nenhum envolvimento de Marius Fragoso dos Santos na operação Huracán, tampouco com os investigados dela. Não há também nenhuma investigação ou suspeita do envolvimento de Marius por parte da Polícia Civil do DF quanto a este fato. Notoriamente, a verdade de todos os fatos pode ser extraída dos autos do Habeas Corpus supracitado, bem como do processo criminal em trâmite na 2ª Vara Criminal de Volta Redonda/RJ, não somente de informações prestadas pela autoridade policial, como foi feito .