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PCC planejou sequestro de policiais e ataques ao Depen para resgatar Marcola

Para viabilizar o plano, as lideranças criminosas fizeram uso de uma rede ilegal de comunicação por meio de advogados

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Agente com arma na Penitenciária federal em Brasília. PCC
1 de 1 Agente com arma na Penitenciária federal em Brasília. PCC - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O plano de resgate de lideranças presas elaborado pela cúpula do Primeiro Comando da Capital (PCC) envolvia o sequestro de autoridades do Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para trocá-las por presos e, ainda, atentar contra instalações do órgão para conseguir a soltura de criminosos detidos nas penitenciárias federais. Entre eles, Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, que foi transferido de Brasília para Porto Velho (RO) em março deste ano.

A Polícia Federal, em conjunto com o Depen, deflagrou nesta quarta-feira (10/9) a Operação Anjos da Guarda, que tem como alvo esse grupo criminoso. Cerca de 80 policiais federais cumprem 11 mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em três unidades da Federação: Distrito Federal (Brasília); Mato Grosso do Sul (Campo Grande e Três Lagoas) e São Paulo (capital, Santos e Presidente Prudente).

Segundo as investigações, para viabilizar o plano, as lideranças criminosas fizeram uso de uma rede ilegal de comunicação por meio de advogados, que transmitiam e entregavam mensagens dos presos para criminosos fora da prisão envolvidos na tentativa de resgate e fuga. Pelo menos quatro defensores foram presos.

Para tanto, os investigados valiam-se dos atendimentos e das visitas em parlatório, usando códigos que remetiam a situações jurídicas que não existiam. Cerca de quatro defensores do comando foram presos nesta quarta.

Transferência

As lideranças envolvidas ingressaram no Sistema Penitenciário Federal em fevereiro de 2019, justamente em decorrência da descoberta, pelas autoridades do estado de São Paulo, de plano de fuga que, à época, já estava em articulação por tais líderes, então custodiados na Penitenciária Estadual de Presidente Venceslau II.

Ações de inteligência do Departamento Penitenciário Nacional detectaram que as tratativas persistiram mesmo após o ingresso no sistema. O Depen passou a compartilhar informações com a Polícia Federal.

Por meio de uma atuação coordenada e especializada dos dois órgãos foi possível a compilação de elementos de prova suficientes para a identificação e agora a interrupção das ações criminosas.

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“Esta ação demonstra a capacidade do Sistema Penitenciário Federal de isolar lideranças criminosas, identificar possíveis ameaças e de neutralizá-las, em atuação integrada com as demais forças de segurança pública da União”, informou o Depen, por meio de nota.

A operação foi batizada de Anjos da Guarda em referência aos servidores da Segurança Pública que se esforçam e se arriscam para proteger a sociedade de todo o tipo de ação criminosa.

 

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