Golpe bilionário: Faraó dos Bitcoins é alvo de operação da PF no Rio

Policiais federais cumprem cinco mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão no Rio de Janeiro

Carlos Carone ,
Mirelle Pinheiro
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A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quinta-feira (11/8), em conjunto com o Ministério Público Federal (MPF), a Operação Flyer One. O objetivo é desarticular organização criminosa responsável por fraudes bilionárias envolvendo criptomoedas, no Brasil e no exterior.

Entre os alvos estão Ricardo Rodrigues Gomes, vulgo Piloto, Mirelis Yoseline Diaz Zerpa, Brynne Ghisoni Gomes e Glaidson Acácio dos Santos, conhecido como Faraó dos Bitcoins, que já está preso. A ação é um desdobramento da Operação Kryptos.

Já condenado por tráfico internacional de drogas no Brasil, Piloto teria sido um dos comandantes aéreos responsáveis pelo transporte de drogas do cartel comandado por Pablo Escobar, narcotraficante colombiano. Ele também teria agilizado a tentativa de saída do empresário e ex-pastor Glaidson Acácio dos Santos do Brasil. Segundo a Polícia Federal, o homem era considerado foragido nos Estados Unidos.

O Faraó dos Bitcoins é acusado de liderar um esquema de pirâmide financeira com criptomoedas pela empresa GAS Consultoria, localizada em Cabo Frio, na Região dos Lagos do Rio. A companhia acumulava, no fim do ano passado, mais de 570 processos na Justiça.

 

Na ação de hoje, 25 policiais federais cumpriram cinco mandados de prisão preventiva e quatro mandados de busca e apreensão nas cidades do Rio de Janeiro e Cabo Frio (RJ), além da inclusão dos alvos, que estão nos EUA, na difusão vermelha (red notice) da Interpol. Nesta fase da operação, agentes apreenderam 10 veículos de luxo, avaliados em cerca de R$ 6 milhões.

Como agia o bando
De acordo com a investigação, a organização criminosa agia não só no Brasil como no exterior, captando recursos financeiros de terceiros. E fez vítimas também nos Estados Unidos, Portugal, entre outros países.

Conforme foi apurado, nos Estados Unidos a atuação de Piloto, que saiu do país com passaporte falso após ser condenado por tráfico. O bando usava documentos falsos, mediante a criação de invoices sem lastro, a fim de que fossem justificados depósitos nas contas da empresa criada em solo americano. A saída dos valores era feita por meio do depósito em favor do líder da organização criminosa, de criptoativos lastreados no dólar americano, também chamados de stablecoins.

Piloto teria sido o responsável por viabilizar a documentação necessária à estadia dos líderes da organização criminosa no país americano bem como satisfazer desejos dos suspeitos, como a compra de uma aeronave com capacidade para 19 pessoas.

Os investigados poderão responder pela prática dos crimes de emissão ilegal de valores mobiliários sem registro prévio, organização criminosa e lavagem de capitais. Se condenados, cumprirão pena de até 22 anos de reclusão.

O nome da operação é em referência ao primeiro avião dos irmãos Wright.

 

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