metropoles.com

Desmonte na Corregedoria da PMDF seria para abafar investigações

Eram apurados supostos crimes militares envolvendo grilagem, fraudes em licitação e cessão indevida de policiais a outros órgãos

atualizado

Compartilhar notícia

Michael Melo/Metrópoles
corregedoria da PM
1 de 1 corregedoria da PM - Foto: Michael Melo/Metrópoles

O desmanche no Departamento de Controle e Correição, do Comando-Geral da Polícia Militar do Distrito Federal teria um motivo: abafar investigações em andamento que atingiam oficiais da corporação. A informação foi confirmada ao Metrópoles por integrantes PMDF.

A manobra resultou na exoneração do coronel Alessandro Marco Alencar Alves, que sequer foi avisado sobre a exoneração. A decisão está publicada na edição desta sexta-feira (4/2) do Diário Oficial do DF (DODF). No último dia 19, o adjunto de Alves, coronel Marcus Paulo Koboldt, já havia sido retirado do posto supostamente pela mesma razão: se debruçar sobre irregularidades cometidas por integrantes da própria instituição.

Alves é conhecido pela rigidez e lisura ao longo de sua carreira na PMDF. Ele apurava supostos crimes militares envolvendo grilagem de terras, fraudes em licitação, entre outros crimes. As investigações, em sua maioria de caráter sensível, envolveria oficias que ocupam cargos-chave na corporação.

Alguns dos inquéritos policiais militares foram finalizados e já tramitam junto ao Ministério Público ou esperam despacho na mesa do comandante-geral da PMDF.

Afastamento

Quando estavam nos cargos, ambos os coronéis conduziam três inquéritos policiais militares (IPM) envolvendo o major Fábio Borges e a polêmica “carona em viatura”. Eram apuradas as circunstâncias da ligação para o 190 na qual se ordenou que uma viatura da PMDF fosse até a casa do major, no Park Way, e levasse funcionários que trabalhavam em uma festa para casa, em Ceilândia.

Segundo informações da corporação, o major Fábio Borges estaria “visivelmente embriagado” quando determinou o traslado, ocorrido em 22 de dezembro do ano passado.

Questionado a respeito da ordem, aparentemente ilegal, o major teria afirmado que a determinação havia partido do subcomandante-geral da PMDF, Hércules Freitas. “[Os policiais] podiam falar com quem quisessem, pois era uma ordem do subcomandante-geral”, relata o registro de atividade policial.

Ligação

Durante a abordagem, o Centro de Operações da Polícia Militar confirmou que a ligação havia sido feita de fato pelo subcomandante-geral. Diante do desdobramento, os militares foram orientados a realizar os procedimentos que achassem cabíveis.

Oito dias depois, o major que ligou para o 190 e ordenou “carona em viatura” foi afastado das funções que exercia no gabinete do Subcomando-Geral da PMDF. No entanto, fotos tiradas na festa ocorrida na casa do major mostram que a cúpula da PMDF estava presente no evento, entre eles o comandante-geral da corporação, Márcio de Cavalcante Vasconcelos; e o subcomandante, Hércules Freitas.

Compartilhar notícia