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- Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília
O Dia Mundial da Água, celebrado nesta quinta-feira (22/3) chegou com boas notícias para os brasilienses: o nível do Descoberto, principal fonte de abastecimento do DF, chegou a 70,7%. Desde julho de 2016 o índice do reservatório não passava dos 70%.
O retorno à normalidade aproxima cada vez mais os moradores da capital do país do fim do racionamento. Até o final de maio, quando se encerra o período chuvoso, a Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa), deve se manifestar sobre o tema.
O índice foi celebrado nesta quinta pelo governador Rodrigo Rollemberg (PSB), em agenda no 8° Fórum Mundial da Água, que tem a cidade de Brasília como sede. O socialista voltou a falar sobre a crise hídrica no Distrito Federal. Disse que o processo levou a um amadurecimento da população para a necessidade de mudança de hábitos, de evitar o desperdício, de usar mecanismos mais eficientes e econômicos para o uso da água.
Ele citou algumas ações do Executivo para combater a escassez hídrica: “Passamos dos 70% da capacidade do Descoberto e estamos chegando aos 50% do Santa Maria, entregamos duas novas captações — Bananal e Lago Paranoá — e temos outra grande obra em andamento, a de Corumbá. Revitalizamos canais, melhoramos métodos de irrigação, estamos recuperando nascentes”.
“Em qualquer novo investimento, nova ação governamental de grande impacto, a primeira pergunta que deve ser feita é: ‘qual será o impacto disso sobre a água?’”, disse ao participar de painel no evento.
Ao lado do governador, estavam os presidentes do UN Water (ONU Água, em tradução livre), Joakim Harlin, do Conselho Mundial da Água, Benedito Braga, e o ministro do Meio Ambiente, Sarney Filho. “A mudança do clima, o desenvolvimento sem sustentabilidade e as dificuldades de gestão nos levaram a um ponto crítico em relação aos recursos hídricos. Para superá-lo, precisamos tratar os problemas de forma sistêmica e integrada”, ressaltou Sarney Filho.
Harlin destacou que “não há lugar mais simbólico para celebrar o Dia Mundial da Água, já que a data é fruto da Rio 92”, e Braga disse que o papel do conselho (e do fórum) é “mobilizar até o mais alto nível escalão mundial das tomadas de decisões”.
Agenda diversificada
Além da agenda de debates, o 8º Fórum Mundial da Água tem oferecido uma grande variedade de atrações para os visitantes. Um dos lugares mais procurados é a Vila Cidadã, espaço aberto ao público.
Instalada na área externa do Estádio Mané Garrincha, a Vila Cidadã oferece atividades interativas e sensoriais para quem for ao evento. A entrada é gratuita.
Os visitantes podem se cadastrar no local ou pelo site do Fórum. A Vila funcionará até o dia 23 de março, das 9h às 21h.
Confira as principais atividades do local:
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Uma das principais atrações da Vila Cidadã é a Estação Antártica. O local simula o continente gelado, inclusive com espaço climatizado
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Tem até neve de mentira. As crianças se divertem bastante e a concorrência para conhecer a Estação é grande
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Além de curiosidades sobre a Antártica, durante o tour é possível ver como funciona uma estação de pesquisa
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Já o Submarino propõe uma viagem ao fundo do mar. Por meio da realidade virtual, é possível ver todas as belezas das profundezas do oceano
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O stand Voe pelas Águas do Brasil oferece aos visitantes um emocionante passeio virtual de asa-delta, sobrevoando locais conhecidos do país, como a Pedra da Gávea, no Rio de Janeiro, as Cataratas do Iguaçu e o Pantanal Mato-Grossense
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O sorriso do pequeno Vítor Luan, 13 anos, demonstra a felicidade por voar de asa-delta
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O Fundo do Mar faz jus ao nome, propondo uma espécie de ação ambiental. As crianças são estimuladas a recolher o lixo que está poluindo as profundezas do oceano
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Outra ação muito importante é o Plante Água. Dez mil mudinhas serão plantadas no povoado Olhos D'água, próximo à cidade goiana de Alexânia, logo após o Fórum. As pessoas podem adotar uma delas e acompanhar o desenvolvimento por meio de fotos, vídeos e relatórios
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O estudante Daniel Rêgo, 19 anos, aprovou a ideia. "Acho a proposta bem interessante. Não é algo solto. Vou poder acompanhar e não vai ficar só na promessa"
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No stand Bluevision, é possível acessar de forma interativa ideias e atitudes sustentáveis. Isso é feito por meio do manuseio de cubos que dão acesso aos conteúdos nas telas de LED
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O espaço PET Vira PET demonstra todo o ciclo de reciclagem das garrafas PET. "Não imaginava que era assim. Gostei bastante", contou o pequeno Davi, de 7 anos
Rafaela Felicciano/Metrópoles
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Mais de 70 mil pessoas já passaram pelo 8º Fórum Mundial da Água. Pela primeira vez na história, a edição do evento ocorre em um país do Hemisfério Sul. O encontro segue até 23 de março, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães e no Estádio Nacional Mané Garrincha, em Brasília.
O Metrópoles visitou os locais destinados para empresas e países prospectarem negócios, apresentarem soluções inovadoras de uso sustentável do recurso e mostrarem como lidam com a questão da água.
O Japão trouxe um modelo de estação de tratamento de água domiciliar. O projeto é utilizado em três milhões de residências do país e representa uma economia de mais de 40% no consumo hídrico dos lares. Parte é tratada nas casas, para ser reutilizada e voltar ao meio ambiente.
Outro modelo que merece destaque é a solução alternativa coletiva simplificada de tratamento de água para consumo humano em pequenas comunidades realizada com zeólito, denominada Salta-Z. A proposta da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) foi implantada em diversos municípios brasileiros.
De construção artesanal e com baixo custo, a Salta-Z clarifica e filtra águas superficiais (rios, lagos, etc), bem como remove ferro e manganês de águas subterrâneas.
Confira alguns exemplos:
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Modelo de montagem do tratamento de água superficial Salta-Z: de construção artesanal e com baixo custo, clarifica e filtra águas superficiais, bem como remove ferro e manganês de águas subterrâneas. Usado em conjunto com um dosador de cloro e, no caso de águas superficiais (rios, lagos, etc), com um dosador de coagulante, é capaz de suprir com água potável pequenas comunidades
Hugo Barreto/Metrópoles
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O Japão trouxe um modelo de estação de tratamento para reutilização de água doméstica. O projeto é utilizado em três milhões de residências japonesas e representa uma economia de mais de 40% no consumo dos lares. Parte é tratada nas casas, para ser reutilizada e voltar ao meio ambiente
Hugo Barreto/Metrópoles
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Também do Japão veio a ideia de um projeto de irrigação a partir do controle da umidade do solo. O sistema é montado abaixo do nível dos rios e recebe água a partir da gravidade, fazendo a terra ficar mais úmida para o cultivo de arroz, por exemplo
Hugo Barreto/Metrópoles
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No estande da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) é possível conhecer o processo de tratamento da água na prática. Uma estação de realidade virtual recria o ciclo do recurso na natureza, desde os mananciais até as casas. A empresa também apresenta no local o programa Água Legal, que beneficia comunidades erguidas em terrenos públicos onde existem ocupação informal e abastecimento por “gatos”. Nesses locais, a companhia negocia com as prefeituras autorizações individuais e a documentação necessária para implantar tubulações, já que uma lei federal impede a instalação de sistema de saneamento em áreas sem infraestrutura urbana
Hugo Barreto/Metrópoles
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No espaço da Eletrobras Furnas, o exemplo apresentado é o Sistema de Bacia de Evapotranspiração (BET). Também conhecido popularmente como “fossa de bananeiras”, é um modelo fechado de tratamento de água negra, aquela usada na descarga de sanitários convencionais. Esse sistema não gera nenhum efluente e evita a poluição do solo, das águas superficiais e do lençol freático. Nele, os resíduos humanos são transformados em nutrientes para plantas, e a água só sai por evaporação, portanto completamente limpa. É uma alternativa indicada para comunidades onde não existe acesso à rede de esgoto, principalmente as localizadas em áreas rurais
Hugo Barreto/Metrópoles
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O acesso à Expo é restrito aos inscritos no Fórum. A área de exposição fica ao lado da feira, espaço gratuito e aberto ao público.
Horário de funcionamento Expo: das 8h às 18h. No dia 23, funcionará apenas até as 14h Feira: das 9h às 22h
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