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Mãe de vigilante esquartejado: “Por que tinha que ser assim?”

Dona Sônia se desespera ao enterrar o filho, Marcos Aurélio, 10 dias após a confirmação de que corpo localizado em Samambaia era o dele

atualizado

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Andre Borges/Especial para o Metrópoles
Enterro-Vigilante
1 de 1 Enterro-Vigilante - Foto: Andre Borges/Especial para o Metrópoles

A consternação tomou conta do velório de Marcos Aurélio Rodrigues de Almeida, 32 anos, morto e esquartejado no início do mês, em Samambaia. A homenagem começou por volta das 14h no Cemitério Campo da Esperança da Asa Sul. Amigos e familiares do vigilante mostraram toda a tristeza e revolta. Entretanto, a dor e o desespero da mãe, Sônia Maria Rodrigues de Almeida, 56 anos, chamavam atenção (na foto em destaque, sendo consolada).

“Meu filho! Deixa eu ver meu filho! Eu não podia perder ele dessa forma!”, gritou Sônia, quando o corpo de Marcos chegou. “Eu quero abraçar meu filho. Meu filho, meu filhinho. Por que, por que tinha que ser assim?”, perguntava-se, desolada. De tão emocionada, não conseguia se manter de pé.

“Por que fizeram isso com meu filho, meu bebê? Eu quero ir junto com ele”, gritava dona Sônia. Ao lado do local onde Marcos Aurélio foi enterrado, uma faixa lembrava o vigilante: “Obrigada por trazer luz para nossas vidas”.

Segundo familiares, a mãe não sabia que Marcos Aurélio havia sido esquartejado até a noite de quinta-feira (21/11/2019). Partes do corpo do vigilante estavam espalhadas em Samambaia, onde ele supostamente foi assassinado. A família resolveu realizar a cerimônia fúnebre mesmo sem que a Polícia Civil do DF (PCDF) tivesse encontrado a cabeça do homem.

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O caso

O drama da família teve início em 9/11/2019, último dia em que parentes tiveram contato com Marcos Aurélio. Por volta das 8h30, ele mandou mensagem para a mãe, dizendo que estava indo do SIG para a Rodoviária do Plano Piloto, onde pegaria um ônibus para casa, em Samambaia. O contato ocorreu quando o vigilante saía do trabalho. Depois disso, ninguém teve mais notícias dele.

Em 11 de novembro, a polícia localizou parte do corpo em um bueiro na Quadra 327 de Samambaia. No dia seguinte, o tronco foi encontrado e a identidade da vítima, confirmada. O caso ainda está em investigação. Dois dias mais tarde, mais partes do cadáver do vigilante foram encontradas em outro bueiro.

No dia 16, PCDF localizou um fêmur ao lado da Escola Classe 325 de Samambaia. A suspeita é de que o osso pertencia ao vigilante. A 32ª Delegacia de Polícia (Samambaia Sul) apura o caso e procura pelo paradeiro da cabeça e de uma das coxas da vítima.

Suspeitos

Os investigadores prenderam um casal suspeito do crime (*), no dia 13 de novembro. O fêmur localizado estava muito perto do local onde policiais recolheram o tronco de Marcos Aurélio. Por isso, existe a suspeita de que a parte possa realmente pertencer à vítima. Mas apenas o laudo pericial poderá confirmar.

A noiva do vigilante, a brigadista Francisleide Braga de Sousa, 38 anos, desabafou sobre a situação. “Ainda não sabemos se é mesmo a coxa dele. Mas esperamos Justiça. Isso não pode ficar impune. Um crime desses… monstruoso e bárbaro. A família toda quer eles presos”, disse.

A Polícia Civil também investiga se o vigilante foi assassinado na residência onde o casal morava, na QR 325 de Samambaia. Com autorização do proprietário, o Metrópoles teve acesso ao imóvel na manhã do dia 14/11/2019. O local passou por perícia, mas ainda há vestígios de sangue em alguns pontos, como embaixo do tanque na área externa.

Panos ensanguentados também foram deixados no mesmo local. Desde o dia 12/11/2019, quando o casal foi preso, não há mais ninguém no endereço. Apenas uma gata foi deixada no local. No terreno, há a casa principal e uma outra no fundo. O proprietário do imóvel disse que havia alugado a residência para o casal morar com a filha da mulher, uma adolescente, há cerca de um ano.

(*) Por serem considerados suspeitos, o Metrópoles, por enquanto, não vai divulgar os nomes dos dois.

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