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Mãe de jovem que morreu em UPA após tomar analgésico: “Quero a verdade”

O jovem Herbert de Oliveira da Silva, de 15 anos, procurou atendimento no HRT e na UPA de Samambaia após uma lesão no joelho

atualizado

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Igo Estrela/Metrópoles
Adolescente morre após lesionar o joelho e buscar atendimento no HRT e na UPA. Brasília(DF), 10/03/2023. Foto: Igo Estrela/Metropoles
1 de 1 Adolescente morre após lesionar o joelho e buscar atendimento no HRT e na UPA. Brasília(DF), 10/03/2023. Foto: Igo Estrela/Metropoles - Foto: Igo Estrela/Metrópoles

Familiares de Herbert de Oliveira da Silva, 15 anos, tentam entender o que teria causado a morte precoce do estudante e lidar com a saudade que ele deixou.

O adolescente veio a óbito após procurar atendimento médico para um machucado no joelho e sofrer forte reação alérgica a medicamentos, na quarta-feira (8/3), na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Samambaia.

Na porta da residência onde o jovem morava com a mãe e dois irmãos, parentes escreveram uma mensagem de despedida para Herbert.

O caso chocou os amigos e familiares. “Espero que tenha justiça. Quero a verdade sobre o que aconteceu. Meu filho era difícil de adoecer, sem problemas de saúde”, lamentou a mãe do adolescente, Ana Telma de Oliveira, 48.

Conforme relata a mãe do rapaz, ele foi atendido na madrugada de segunda-feira (6/3) no Hospital Regional de Taguatinga (HRT), após lesionar o joelho durante uma partida de futebol.

Na unidade hospitalar, ele teria recebido analgésico para aliviar a dor. A Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES-DF) confirmou o caso e, em nota, comunicou que o paciente “chegou à unidade de saúde com contusão no joelho e leve escoriação na área”.

A pasta acrescentou que o jovem recebeu “medicamento padrão para dor”, mas não informou qual seria o remédio. Na manhã seguinte, segundo a família de Herbert, o jovem apresentou reações à medicação, que piorara ao longo da semana.

“Estou sem explicação, sem resposta sobre o que aconteceu com o meu filho. Por causa dessa medicação deu essa grave alergia dele. Acho que houve um erro médico no remédio que aplicaram nele, pois ele começou a apresentar manchas pelo corpo e muita coceira depois”, detalha Ana Telma.

Eles esperaram um dia e procuraram atendimento na UPA de Samambaia, quando o adolescente apresentou piora. Na ocasião, o adolescente também se queixava de dor no tórax e vomitou.

O paciente recebeu classificação de prioridade laranja, o que indica “muita urgência”, e, à medida que o atendimento seguia, a situação de Herbert piorava, segundo a família.

Uma hora após receber atendimento, Herbert não resistiu. A certidão de óbito detalha que a causa da morte se deu por “insuficiência respiratória, choque anafilático e pneumonia”.

A família registrou boletim de ocorrência na 26ª Delegacia de Polícia (Samambaia Norte), e o corpo do jovem passou por exames periciais, para apuração da causa da morte.

“Não estou aqui pra acusar ninguém, isso não vai trazer meu filho de volta. Eu só quero a verdade sobre o que teria causado a morte dele”, ressalta a mãe de Herbert.

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Sonho de ser jogador de futebol

O adolescente e a irmã gêmea eram os caçulas de cinco irmãos. Entre os familiares, era conhecido por ser uma pessoa extrovertida e sempre alegre.

“É muita falta que ele faz aqui em casa. Herbert era um adolescente feliz, sempre de bem com a vida”, recorda Ana Telma.

Conforme relata a mãe, ele jogava futebol com frequência e tinha o sonho de se tornar um atleta profissional. “Ele dizia que ia me levar junto para o Rio de Janeiro, quando fosse jogar no time do coração dele, o Flamengo”, conta.

Para o tio, Alessandro da Cruz, 27 anos, a saudade também é grande. “Ninguém esperava por essa notícia que isso aconteceria em decorrência de um machucado no joelho”, lamenta.

Ainda, segundo o parente, Herbert era bastante próximo à família. “Ele sempre estava na casa da avó dele, às vezes ia até a casa dela só para dar um abraço. Todo mundo aqui da região gostava muito dele”, disse.

Velório

O corpo do estudante será velado neste domingo (12/3), no Cemitério Campo da Esperança de Taguatinga.

Inicialmente, a família marcou o sepultamento para as 9h de sábado, na capela 5, mas, segundo a mãe dele, o Instituto de Medicina Legal (IML) não o havia liberado até o fim desta tarde.

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