Nove travestis são condenadas por esquema de exploração sexual no DF

Justiça acatou denúncia do Ministério Público e estabeleceu penas superiores a 10 anos para as cafetinas

Fernando Caixeta
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Dez integrantes de uma organização criminosa que comandava pontos de prostituição em Taguatinga e explorava sexualmente travestis foram condenados pela Justiça, com base em denúncia do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT). Além de rufianismo – lucro por meio da exploração de prostituição alheia –, o grupo praticava extorsões e ameaças contra as prostitutas.

As líderes do esquema, identificadas pelos nomes sociais Júlia e Letícia, receberam as penas de 13 anos e dois meses, e 12 anos e dois meses, respectivamente. Cinco fiscais de pontos de prostituição e responsáveis por ameaçavas a quem desobedecia as regras da quadrilha foram condenadas a penas que variam de 9 a 11 anos de cadeia.

Aline e Michele, nome social de Luís Carlos Viana e Gemilson Barbosa de Oliveira, além do homem identificado como Luan Carlos Santos Viana, todos membros de um grupo rival, tiveram a pena fixada em um ano e quatro meses de reclusão.

Ameaças e intimidação
Júlia e Letícia recrutavam travestis no Distrito Federal e em outras unidades da Federação, levavam para suas repúblicas e cobravam pela estadia e alimentação. Quem estivesse hospedada não era obrigada a pagar pelo ponto na rua. Entretanto, a travesti que não aceitasse participar do esquema era obrigada a pagar pelo uso do ponto. Elas ainda ameaçavam quem estava fora da organização, mediante utilização de facas e armas de fogo, além da força física e da intimidação.

Se a vítima não aceitasse residir nas repúblicas, era ameaçada, agredida e expulsa, caso tentasse fazer ponto nos locais dominados pela organização. As líderes realizavam rondas e contavam com olheiras para informar se alguém de fora do ciclo da exploração, ou se alguma das travestis recrutadas, estava utilizando o ponto sem autorização.

Aline, Luan e Michele pretendiam tomar o território de Júlia e Letícia. Eles compareciam nos locais da outra organização e ameaçavam as vítimas com arma de fogo, caso não pagassem a quantia de R$ 50 pelo uso do ponto. Além disso, agrediam as travestis que pertenciam ao outro grupo. (Com informações do MPDFT)

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