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Drácon: MP acha planilha da corrupção no celular de Cristiano Araújo

Em petição entregue à Justiça, promotores acharam divisão de valores e pedem que denunciados devolvam R$ 3 milhões de suposta propina

atualizado

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1 de 1 WhatsApp Image 2016-11-21 at 22.17.22 - Foto: Daniel Ferreira/Metrópoles

O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) acredita ter encontrado a planilha da corrupção na Câmara Legislativa. Em petição de 43 páginas encaminhada à Justiça nesta segunda-feira (21/11), a qual o Metrópoles teve acesso, os promotores detalham a partilha de valores encontrada no celular do deputado distrital Cristiano Araújo (PSD). O aparelho foi apreendido na primeira fase da Operação Drácon, em 23 de agosto.

O detalhamento dos valores, segundo o documento do MPDFT, foi feito no dia 11 de fevereiro deste ano. Pelo rateio, os cinco deputados distritais denunciados pelos promotores por corrupção passiva embolsariam, cada um, a quantia de R$ 50 mil. Valério Neves, ex-secretário-geral da Câmara, ficaria com R$ 20 mil e Ricardo dos Santos, ex-diretor do Fundo de Saúde, com R$ 25 mil. Havia também um saldo remanescente de R$ 80 mil, que iria para o restante do grupo, que ainda não foi identificado.

Os envolvidos eram reconhecidos pelas iniciais do nome. Duas delas, no entanto, ainda não foram identificadas pelos investigadores: SJ e FT.  Abaixo da planilha, cujo arquivo recebeu o nome de “UTI 315”, há um registro dizendo “UTI 3.000.000,00”, que pode se referir ao valor da propina recebida pelos distritais.

A partilha dos valores da suposta propina

Cristiano Araújo negou as acusações, por meio da sua assessoria de imprensa. “A denúncia é totalmente infundada e será contestada na Justiça, de acordo com o devido rito legal, estabelecido pela Constituição. Não tenho ingerência sobre as emendas dos demais deputados. E reforço que estou à disposição das autoridades e da imprensa para prestar esclarecimentos, como já fiz sempre que solicitado.”

A petição é assinada pela vice-procuradora-geral do DF, Selma Sauerbronn. Nesta segunda, os promotores denunciaram à Justiça os cinco deputados alvos da Drácon por corrupção passiva. São eles: a presidente afastada da Câmara Legislativa Celina Leão, Raimundo Ribeiro, ambos do PPS, Julio Cesar (PRB), Bispo Renato Andrade (PR), além de Cristiano Araújo.

Também responderão pelo mesmo crime Valério Neves, o ex-secretário-executivo da Terceira Secretaria da Câmara Alexandre Cerqueira e Ricardo Cardoso.

Ressarcimento
Além de denunciar oito pessoas por corrupção passiva, o MP cobra na ação encaminhada à Justiça nesta segunda-feira (21/11) R$ 3 milhões dos acusados de suposto esquema de propina na Câmara Legislativa.

O valor se refere aos 10% da emenda pivô da investigação, que destinava R$ 30 milhões de sobras orçamentárias da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) para o pagamento de empresas de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs). Os deputados teriam cobrado esses 10% de propina de empresários para liberar os recursos. Eles negam as acusações.

De acordo com petição entregue à Justiça, os promotores pedem “o arbitramento do valor mínimo de reparação solidária em desfavor dos denunciados, com fundamento no artigo 387, inciso IV, do CPP (Código de Processo Penal), no montante de R$ 3 milhões – correspondente ao valor solicitado da propina – em razão do dano causado à administração pública e a toda sociedade local.”

 

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