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Laudo aponta que pai de Bernardo não tem transtorno mental

Por essa razão, Justiça nega internação de Paulo Osório em unidade de tratamento psiquiátrico. Assassino confesso do filho vai para a Papuda

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1 de 1 paulo-foto - Foto: Reprodução/Facebook

A juíza da Vara de Execuções Penais do Distrito Federal (VEP-DF), Leila Cury, acolheu o laudo de exame psiquiátrico do Instituto Médico Legal (IML) e negou, nesta quinta-feira (12/12/2019), o pedido da Defensoria Pública para que Paulo Roberto de Caldas Osório fosse internado na Ala de Tratamento Psiquiátrico (ATP), localizado no Penitenciária Feminina, conhecida como Colmeia, no Gama.

Dessa forma, o servidor do Metrô-DF, acusado de matar o próprio filho, Bernardo, de 1 ano e 11 meses, será transferido para a Ala dos Vulneráveis, na Penitenciária do Distrito Federal 1 (PDF 1), no Complexo Penitenciário da Papuda. Hoje, Paulo Osório está no Departamento de Polícia Especializada (DPE), no Parque da Cidade.

Segundo o laudo feito pelo IML a pedido da magistrada, o “periciando não apresenta qualquer transtorno mental e, do ponto de vista psiquiátrico-forense, não necessita ser alocado na Ala de Tratamento Psiquiátrico”.

No último dia 5, o assassino confesso foi submetido a uma avaliação psiquiátrica. Na ocasião, a juíza Leila Cury destacou que a ATP “destina-se, preponderantemente, à internação de pessoas submetidas à medida terapêutica de internação, resultante da imposição de medida de segurança”.

Homicídio triplamente qualificado

Sete dias após a localização do corpo do menino Bernardo, a Divisão de Repressão a Sequestro (DRS) concluiu a investigação sobre o caso. O relatório policial foi finalizado e enviado à Justiça.

Posteriormente, o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) deve oferecer denúncia contra o pai da criança. O homem foi indiciado por homicídio triplamente qualificado (praticado contra criança, motivo torpe e meio insidioso) e ocultação de cadáver.

Ao Metrópoles, Tatiana da Silva, 30, mãe de Bernardo, disse que conseguiu retornar ao trabalho. “Estou tentando voltar à vida normal e buscando ocupar a mente para não ficar lembrando do ocorrido. A única coisa que espero é que a justiça seja feita”, ressaltou.

Confira fotos do caso:

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1.035 km

Provas colhidas ao longo da investigação indicam, segundo a Polícia Civil, que Paulo Roberto de Caldas Osório matou o filho antes de pegar a BR-020 em direção à Bahia. O metroviário confessou que deu uma superdosagem de medicamento controlado para o garoto, que começou a passar mal ainda na casa do pai, na 712 Sul.

O assassino confesso percorreu 1.035 km com o corpo até o Povoado Campos de São João, zona rural do município de Palmeiras (BA), onde o jogou às margens da BR-242, com a cadeirinha infantil.

“Ele comprou um conjunto de roupa para a criança. É a mesma que Bernardo usava quando foi encontrado morto por um morador do município baiano. As vestimentas não foram reconhecidas pela família da mãe”, disse o delegado-chefe da DRS, Leandro Ritt.

O servidor do Metrô saiu de casa, na Asa Sul, às 20h52 do dia 29 de novembro, e deixou a televisão ligada. Não levou mantimentos, mala e um tablet que, de acordo com a mãe, era objeto inseparável do filho.

“Acreditamos que até mesmo essa troca da roupa foi premeditada para dificultar a identificação do corpo”, acrescentou o investigador.

Veja vídeo em que Paulo fala sobre o crime:

As diligências apontam que, às 21h20 de 29/11/2019, Paulo passou em um radar na Ponte do Bragueto, na Asa Norte. Dirigiu pela BR-020 até Luís Eduardo Magalhães, na Bahia. “Lá, pernoitou com o menino morto no carro”, disse o delegado.

O corpo foi desovado na região de Palmeiras. No dia 30/11/2019, o homem foi até Salvador. Depois, acabou preso em Alagoinhas (BA).

Com a conclusão do exame de DNA, que confirmou ser de Bernardo o corpo encontrado na Bahia, a Polícia Civil encerrou as investigações. O delegado Leandro Ritt garante que o pai agiu sozinho.

Em tempo recorde, o Instituto de Pesquisa de DNA Forense (IPDNA) da Polícia Civil do DF concluiu no dia 07/12/2019, por meio de exames genéticos, a identificação do corpo localizado na Bahia. Com técnicas avançadas, o trabalho foi realizado em menos de seis horas.

Dentro do inquérito, a PCDF anexou laudo pericial do Instituto de Criminalística comprovando terem sido achados resquícios Hemitartarato de Zolpidem no vômito da criança. O medicamento era usado por Paulo para tratamento de insônia.

Amostras biológicas colhidas em Itaberaba (BA), onde o corpo estava, chegaram a Brasília na aeronave da PCDF por volta das 12h30 do dia 7 de dezembro. O material foi trazido pela equipe da DRS e entregue ao médico-legista e diretor do IPDNA, Samuel Ferreira.

 

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Os exames que comprovaram a identidade do menino Bernardo foram concluídos em cinco horas e 30 minutos. Samuel disse que foram feitos com base em tecidos moles do corpo, que já estava em avançado estado de decomposição.

Os peritos compararam uma amostra da cartilagem do joelho de Bernardo com a saliva da mãe e do pai. “Não temos dúvidas sobre a identidade”, destacou o diretor do IPDNA.

A técnica faz parte de um protocolo desenvolvido pela PCDF. O mesmo procedimento foi empregado na identificação das vítimas do avião da Gol 1907 e na verificação dos corpos na tragédia de Brumadinho, em Minas Gerais.

O laudo que vai determinar as causas da morte de Bernardo, assim como a perícia no local onde o corpo foi encontrado, será feito pela polícia da Bahia. (Com informações do TJDFT)

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