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DF: condenado homem que atropelou e matou dois após briga por celular

Fernando Salvador Souza Rodrigues pegou 24 anos de reclusão. Em abril de 2017, ele matou Daniel Barreto Batista e Douglas Araújo Santos

atualizado

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Divulgação/CBMDF
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1 de 1 mortos, atropelados, jardins mangueiral - Foto: Divulgação/CBMDF

A Justiça do DF condenou Fernando Salvador Souza Rodrigues por dois homicídios triplamente qualificados. A sentença foi fixada em 24 anos de reclusão em regime inicial fechado. O Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) recorrerá para obter o aumento da pena.

Os jurados aceitaram as qualificadoras apresentadas pela Promotoria de Justiça do Tribunal do Júri de Brasília: motivo torpe, recurso que dificultou a defesa das vítimas, e perigo comum (colocar em risco a vida de outras pessoas).

O crime ocorreu em abril de 2017, no Setor Habitacional Jardins Mangueiral. Daniel Barreto Batista e Douglas Araújo Santos estavam em uma festa quando perceberam que o celular de Douglas havia sido furtado. Eles saíram do local de carro e encontraram um grupo de pessoas que havia estado no mesmo evento.

Ao questionar sobre o celular, os dois foram agredidos. Quando sentaram em um bloco de concreto para se recuperar da briga, Fernando, de forma repentina, pegou o carro em que a dupla havia chegado e partiu em alta velocidade para cima deles. Daniel e Douglas não resistiram aos ferimentos.

O Corpo de Bombeiros atendeu a ocorrência, mas os dois rapazes morreram no local.

Veja fotos dos envolvidos:

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As marcas de frenagem na pista demonstraram que o jovem, o qual não tinha habilitação, estava em alta velocidade. De acordo com o relato de uma testemunha, Fernando ainda desviou de um carro antes de atropelar as duas vítimas. O condutor subiu no meio-fio e atingiu em cheio os dois rapazes. Depois, abandonou o veículo e fugiu do local.

Com base nas descrições feitas pelas testemunhas, a PM encontrou Fernando em casa, na Quadra 15 do Jardins Mangueiral. Segundo o segurança informou aos militares, o rapaz tinha chegado bastante alterado ao condomínio onde mora com familiares.

Fernando tinha trocado a bermuda, que estava suja de sangue, e encontrava-se sentado, vendo televisão, quando os policiais chegaram à residência. Ele confessou o crime e foi levado, preso, para a delegacia.

 

 

 

Na época da tragédia, uma testemunha que pediu para não ser identificada afirmou ao Metrópoles ter visto o momento quando o referido grupo, de 10 homens e quatro mulheres, agrediu as vítimas. “Eu parei o carro e corri para separar. Tirei primeiro o Douglas e depois puxei o Daniel, que estava no chão”, lembrou.

O homem relata ainda que os dois amigos estavam bem e não ficaram com ferimentos graves depois da agressão. “Coloquei eles sentados no meio-fio. Foi aí que o cara foi lá, pegou o carro, fez a curva e acelerou na minha direção. Quando chegou perto de mim, ele freou e jogou o carro para o local onde os meninos estavam. Douglas morreu na hora. Daniel chegou a ser socorrido pelos bombeiros, mas morreu depois de 30 minutos”, lamentou.

A testemunha detalha que chegou a pedir para o grupo ligar para o Corpo de Bombeiros, mas todos saíram correndo. Questionado sobre o homicídio culposo, quando não há intenção de matar, ele desabafa: “Uma pessoa sem habilitação que pega um carro e acelera a 150km/h assume o risco de matar”, finalizou.

Daniel cursava o sexto semestre de direito no Universidade Paulista (Unip). De acordo com amigos, era uma pessoa muito alegre. A família dele mora no Rio de Janeiro. Ele veio para Brasília depois de conseguir uma bolsa de estudos do Prouni.

Mineiro, Douglas também morava em São Sebastião, com os pais. Ele cursava enfermagem no UniCeub. Segundo a prima Denia Lopes, tinha muitos amigos e contagiava a todos onde chegava. “Era sempre alegre, amoroso, sorridente”, ressaltou.

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