Assassino de Maria Eduarda é condenado a 36 anos pela Justiça do DF

Tribunal do Júri considerou Walisson Ferreira culpado pela morte de menina de 5 anos, por disparos contra a casa dela, em briga de gangue

Manoela Alcântara
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Um homem foi condenado a 36 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, em regime inicial fechado, por matar uma criança de 5 anos. Em maio de 2018, Walisson Ferreira da Silva efetuou diversos disparos para tentar atingir um rival. Mas os tiros pegaram em Maria Eduarda Rodrigues de Amorim, em Ceilândia. Além de pela morte da criança, ele foi condenado por tentativa de homicídio do irmão da vítima e pelos crimes de receptação e corrupção de menores. O julgamento ocorreu nesta terça-feira (20/08/2019), no Tribunal do Júri de Ceilândia.

Os jurados acolheram as duas qualificadoras sustentadas pela Promotoria de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT): motivo torpe, devido a uma guerra existente entre gangues rivais de Ceilândia, e recurso que dificultou a defesa das vítimas, uma vez que Walisson e seus dois comparsas adolescentes surpreenderam os irmãos no interior de sua residência.

“Trata-se, infelizmente, de mais um lamentável episódio da violência em Ceilândia, marcada pela presença de gangues em que seus integrantes se matam pelo simples fato de residirem em quadras distintas”, disse a promotora de Justiça que atuou no caso, Leda Siqueira.

Ela ainda lamentou que, “no meio dessa disputa sem sentido, morrem inocentes, como foi o caso de Maria Eduarda, atingida quando ia até a cozinha buscar milho para fazer pipoca. Isso tem que mudar. Essa condenação demonstra que o Ministério Público está atento e busca cumprir o seu papel de responsabilizar essas pessoas que tanto prejudicam nossa sociedade”, afirmou.

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Marca de bala no portão da casa da família de Maria Eduarda
Marcas de bala na janela da casa da avó de Maria Eduarda
QNO 18, em Ceilândia
Rua onde ocorreu o crime
Maria Eduarda
Trabalho de Maria Eduarda em homenagem à mãe, Cláudia
Muro do colégio onde Maria Eduarda estudava mostra sinais da violência na região
O caso

Em 21 de maio de 2018, algumas horas antes de chegarem à casa onde estavam as vítimas, dois adolescentes roubaram um veículo e foram se encontrar com Walisson. Eles planejaram o ataque em retaliação à morte de um integrante do grupo a que pertencia o agora condenado.

Na quadra QNO 18, pararam o carro em frente à residência das vítimas e efetuaram diversos disparos, que atingiram os irmãos Marcos André, 15 anos, e Maria Eduarda. Ele foi atingido na perna, e a menina levou três tiros, um deles na cabeça. Walisson e os adolescentes fugiram do local. (Com informações do MPDFT)

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