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Justiça decreta prisão de agressor que arremessou carrinho em mulher no mercado

Em 2017, agressor foi condenado por tentativa de feminicídio, fato que pesou para o pedido de prisão apresentado pelo Ministério Público

atualizado

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Homem aremessa carrinhos de compras contra mulher
1 de 1 Homem aremessa carrinhos de compras contra mulher - Foto: Reprodução

A Polícia Civil do Goiás (PCGO) prendeu, na tarde desta sexta-feira (14/4), Rogério Santos da Silva, 37 anos, por arremessar um carrinho de compras na cabeça de uma mulher, em um mercado de Santo Antônio do Descoberto (GO), no Entorno do Distrito Federal.

A Justiça de Goiás aceitou a denúncia e decretou a prisão do investigado nessa quinta-feira (13/4), quase dois meses após a agressão contra a vítima, em 22 de fevereiro. Na data do crime, Rogério chegou a ser detido, mas prestou depoimento e foi liberado na delegacia.

O pedido de prisão preventiva partiu do Ministério Público de Goiás (MPGO) e ganhou força devido a uma investigação anterior contra o acusado, por tentativa de feminicídio, em 2017. O processo corria sob sigilo judicial.

“No pedido de prisão, o MP ressaltou o fato de o denunciado ser reincidente, pesando contra ele condenação criminal à pena de nove meses de detenção, transitada em julgado em 2021, em sentença proferida pelo Juizado de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher da comarca de Luziânia. Também foi ponderado sobre a gravidade do delito cometido, ‘caracterizada pela brutalidade e pela covardia com que agiu o denunciado contra uma mulher indefesa'”, comunicou o Ministério Público.

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O MPGO denunciou Rogério por tentativa de homicídio qualificado, por uso de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. A acusação destacou que o agressor “assumiu, inquestionavelmente, o risco de causar o resultado morte, já que o carrinho de compras por ele utilizado como instrumento do crime pesava nada menos do que 24 quilos e tinha resistência suficiente para sustentar 300kg de carga, conforme atestou o laudo de perícia criminal”.

Versão da vítima

À época do caso, o carrinho acertou a têmpora da vítima. Após perder temporariamente a consciência e os movimentos temporariamente, ela precisou ficar em uma cadeira de rodas para receber os primeiros atendimentos. “Graças a Deus, tenho uma boa resistência física, e ele [Rogério] não conseguiu causar um traumatismo craniano em mim ou algo pior”, contou ao Metrópoles, em fevereiro.

A vítima estava na fila do supermercado para pagar as compras e, enquanto isso, mandava um áudio como mensagem. “O homem na minha frente, que aguardava a vez dele de pagar as compras, sem esboçar qualquer reação brusca nem proferir qualquer palavra, caminhou lentamente para o lado. Eu deduzi que ele apenas trocaria de carrinho”, contou a cliente.

E continuou: “No momento em que gravava o segundo áudio, dei um passo à frente. De repente, sem que eu entendesse o motivo, ele atingiu minha cabeça com o carrinho”. O agressor chegou a passar as compras no caixa, mas foi impedido de ir embora por testemunhas. Acionada, a Polícia Militar de Goiás (PMGO) deteve o agressor.

Depoimento do agressor

Delegado de Santo Antônio do Descoberto à frente das investigações, Guilherme Carvalho Rocha afirmou que o agressor disse à polícia ter sido chamado de “veado” e alvo de outras ofensas de cunho homofóbico. No entanto, os áudios mostrados pela vítima, que coincidem com o momento da agressão, comprovaram que ela falava de outros assuntos na hora do ataque.

A cliente acrescentou que não dirigiu a palavra ao agressor e que sequer havia olhado para ele. “Eu nunca tinha visto este homem anteriormente. Não tive qualquer contato verbal com ele antes da agressão. Tenho os áudios como prova. Estava apenas seguindo minha vida, meus afazeres, como uma cidadã comum, e aconteceu esse atentado”, relatou a vítima.

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