Procura-se solidariedade. Conheça o brasiliense que já doou sangue mais de 100 vezes

Campeão de doações de sangue no DF, Lourival Alves Gomes, dá exemplo. A iniciativa, que vai até domingo (29), faz parte da Semana Nacional do Doador de Sangue e tem o objetivo de conquistar, pelo menos, 3 mil doadores

Leticia Carvalho
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O maior doador de sangue da capital, Lourival Alves Gomes, 50 anos, perdeu as contas de quantas vezes já contribuiu para aumentar o estoque de sangue da Fundação Hemocentro de Brasília. Nos registros da instituição, estão contabilizadas as doações feitas desde 1998: 94 vezes. Mas ele possui mais registros na memória. “Eu faço isso (doar sangue) desde 1995, quando o cadastro era feito ainda em papel. Devo ter doado mais de 100 vezes, na verdade”, conta.

Para o empresário, o ato é uma questão de solidariedade. “A gente não pode esperar um acidente para ajudar. E amanhã pode ser meu filho que necessite do sangue”, diz. Lourival conta que doa por um método chamado aférese, em que o sangue é coletado por uma máquina. O processo é rápido, cerca de uma hora. Nesse tipo de coleta, apenas as plaquetas são recolhidas e, com isso, qualquer pessoa pode ser beneficiada. Seu tipo sanguíneo é A-.

Lourival não se recorda como começou a doar sangue. Mas diz que não consegue parar. Todos os meses, ele está lá, pronto para fazer a sua parte. Cumpre apenas o intervalo obrigatório entre uma e outra (30 dias). Casado há 30 anos e pai de quatro filhos, ele conta que está disseminando o desejo de doar entre eles. Ele admite que, primeiro, precisou “empurrá-los”. Depois, eles concordaram com a ideia do pai. Um dos filhos, Kaik, de 22 anos, por exemplo, faz as doações junto com o pai.

Conhecido de todos os funcionários, o empresário acredita que é preciso ajudar o próximo. “Quando eu vou doar sangue e eu estico o braço e penso no outro que estica o braço também para recebê-lo, eu penso: quem está em posição melhor? Eu tenho saúde, por isso eu doo. O outro não tem, por isso recebe. Enquanto eu estiver estendendo para doar, eu vou fazer”, afirma. Sua próxima doação será no dia 26.

Campanha
A partir de segunda-feira (23/11), começa a Semana Nacional do Doador de Sangue, que homenageia voluntários como Lourival. A solidariedade do empresário é o que a Fundação Hemocentro de Brasília busca com mais uma campanha, que só terminará no domingo (29). O número de doadores da cidade ainda está longe do ideal. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), 5% dos habitantes da capital deveriam fazer doações regulares. No entanto, menos da metade da população (2%) colabora.

Na próxima semana, o Hemocentro fará campanhas de conscientização e coleta. O objetivo é conquistar, pelo menos, 3 mil doadores e com isso manter o estoque de sangue estável durante o período do Natal e do Ano Novo, momento em que a demanda pela transfusão sanguínea aumenta.

 

O número de doadores no DF está abaixo do ideal: apenas 2% da população é voluntária de forma regular

Para toda a rede
O estoque do Hemocentro atende 100% da rede hospitalar pública. Em 2013, havia 55.380 doadores efetivos. No ano seguinte, quantidade de voluntários aumentou um pouco, chegando a 56.329 pessoas. Este ano, porém, a fundação contabilizou, até outubro, cerca de 47 mil.

De acordo com a instituição, todos os tipos sanguíneos são bem vindos, embora os sangues O+ e O- sejam os que necessitam do maior número de doações. A assessoria do Hemocentro alerta, no entanto, que a população deve se conscientizar sobre a importância e a necessidade de fazer doações regulares de sangue, para que esses estoques estratégicos não atinjam um nível crítico.

Os eventos ocorrerão nas imediações do Hemocentro (SMHB, quadra 3, conjunto A, bloco 3). Haverá shows de música, lanches, sessões de filmes, peça de teatros, disputa de videogames e ações de conscientização. A programação completa está disponível no site do Hemocentro.
Colaborou Paulo Lannes
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