Falta de nutricionistas afeta entrega de remédios em central do GDF

Central de Nutrição Domiciliar (CNUD) entrega suplementos e remédios para pacientes deficiências nutricionais

atualizado 23/11/2022 7:18

Latas de suplementos Agência Brasília

Pacientes do Distrito Federal que lutam contra deficiências nutricionais e dependem das medicações da Central de Nutrição Domiciliar (CNUD) do GDF relatam dificuldades para receber os remédios. Os usuários precisam agendar a ida para buscar os suplementos, mas nos últimos tempos, deixar o local com o medicamento tem sido uma batalha exaustiva.

O educador físico Cristiano Falermo, 35, conta que deixou o CNUD, na sexta-feira (18/11), sem a medicação da filha de cinco anos. O morador de Sobradinho contou ao Metrópoles que esperou duas horas no local, mas nenhum nutricionista apareceu para liberar o remédio.

“O remédio só pode ser entregue por um nutricionista que nunca está no local. A recepcionista pede que a gente espere o profissional chegar, mas ele não chega. Isso acontece todas as vezes que vou buscar o remédio da minha filha”, comenta Cristiano.

Segundo o educador, a falta da medicação de uso contínuo atrapalha no desenvolvimento muscular da filha que sofre de deficiência nutricional. Cristiano precisa buscar os remédios, pelo menos, sete vezes ao ano e tem passado por problemas.

“Nós só podemos ter acesso aos medicamentos e produtos com a liberação de um desses profissionais da nutrição e está cada vez mais difícil, porque eles nunca estão no local”, lamenta. Cristiano chegou a fazer uma reclamação na ouvidoria.

A empresária Fernanda Andrade, 46, também tem tido problemas para buscar os suplementos na Central de Nutrição Domiciliar. A mulher relata que já chegou a esperar mais de quatro horas no local, mas nenhum profissional apareceu para liberar a medicação.

“É estranho porque nós sempre temos o dia certo para voltar e buscar o remédio, mas nunca tem profissional lá. Algumas vezes pedi que a recepcionista telefonasse para o nutricionista, mas ela disse que ele não atendeu. O pior é saber que o remédio está lá, mas simplesmente não podemos receber”, contou Fernanda.

A moradora do Itapoã sofre de deficiência nutricional e precisa de suplementos de uso contínuo. A mulher conta que sofre de muitas dores se ficar sem tomar a medicação por mais de dois dias.

O que diz a saúde

A Secretaria de Saúde informa que, atualmente, possui cinco nutricionistas na Central de Nutrição da SES/DF, cumprindo 120 horas semanais, além de seis técnicos em nutrição, que são os responsáveis pela dispensação de produtos ao público.

Em nota, a pasta ressaltou que a gerência da unidade está monitorando todas as reclamações dos usuário. “Depender da necessidade, pode reorganizar o fluxo de atendimento”, finaliza.

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