Exclusivo. Pai do homem que tentou matar Cristina Kirchner: “Foi uma atrocidade”

Pai de Fernando Andrés Sabag Montiel morou no Brasil por mais de 15 anos, dois deles no Entorno do Distrito Federal

Celimar de Meneses ,
Rafaela Felicciano
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O pai de Fernando Andrés Sabag Montiel, 35 anos – o brasileiro que tentou matar a ex-presidente e atual vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner –, repudiou a atitude do filho. “Foi uma atrocidade.” Em entrevista exclusiva ao Metrópoles, concedida por telefone, o parente do autor da tentativa de atentado, que reside no Chile, disse não saber o que motivou o ato do filho e ressaltou que a família está assustada com a repercussão do caso. “Essa situação está abalando a saúde de todos nós, que não temos nada a ver com a atitude dele”, contou Fernando Ernesto Montiel Araya, 64.

Ernesto é chileno e morou no Brasil, onde conheceu uma argentina com quem teve Andrés. Ele explica que perdeu contato com o filho quando Andrés tinha apenas 3 anos de idade. Quando completou 6 anos, o menino se mudou para Argentina com a mãe. “Desde então, nunca mais o vi”, contou Ernesto. O homem continuou no Brasil e teve filhos com outras mulheres.

O pai de Andrés chegou a morar por dois anos, entre 2008 e 2010, em Cristalina (GO), no Entorno do Distrito Federal. No restante do tempo em que esteve no Brasil, ele residiu em São Paulo (SP). Enquanto morou no país, entre os anos de 2001 e 2014, Ernesto cometeu crimes de furto, estelionato e falsificação de documentos. Em decorrência de um desses delitos, teve prisão preventiva decretada e ficou detido por quase um ano em Guarujá (SP). A Polícia Federal instaurou inquérito, que resultou na deportação do estrangeiro, em 2020.

Sobre a tentativa do filho de tirar a vida da segunda maior autoridade da Argentina, disse ter ficado perplexo: “Ele sabe a atrocidade que causou e o que fez para nossa família”.

Veja o momento do atentado:

Na última quinta-feira (1º/9), Fernando Andrés tentou disparar duas vezes contra o rosto de Cristina Kirchner com uma pistola calibre 32, mas os tiros falharam. O ato, classificado pela investigação da Polícia Argentina como tentativa de assassinato, ocorreu em frente à casa da política, durante uma manifestação de apoiadores. Segundo Ernesto, a família sofre as consequências da atitude de Andrés.

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“Estão incomodando minha família e, principalmente, minha mãe, que é uma senhora de 87 anos, já com a saúde debilitada. Estão incomodando por saber do meu filho. Quem dera minha mãe sequer soubesse do meu filho”, disse o chileno. O homem também demonstra preocupação com a educação dos irmãos de Andrés, que moram no Brasil. “O Brasil é minha segunda pátria. Não quero que meus filhos que moram no Brasil tenham problemas na escola”, ponderou.

“Essa situação está abalando a saúde de toda a minha família, que não tem nada a ver com a atitude que o Andrés tomou”, disse o pai do rapaz. “Para todos os brasileiros, digo que ele não tomou essa atitude por culpa dos pais”, afirmou. No entanto, o estrangeiro diz que, se tivesse sido um pai presente, Andrés não teria protagonizado um atentado contra uma chefe de Estado.

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“Não fui um pai presente, lamento. Isso [entrar em contato com Andrés] também era o que eu mais gostaria de fazer. Agora não sei quanto tempo vai passar para eu encontrar meu filho novamente e entender o que aconteceu”, destacou.

Questionado sobre os crimes que cometeu no Brasil, que poderiam ter influenciado o filho, o homem admitiu ter cometido erros. “Enfrentei na Justiça as coisas erradas que cometi. Meus erros estão no passado, mas não posso ser julgado por algo que meu filho fez. Se soubesse que ele queria fazer isso, teria dado um bom castigo nele”, afirmou Ernesto.

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