metropoles.com

Exame não aponta ferimentos na região genital de jovem morta após rave

A vagina e o ânus da estudante não estavam machucados, como ventilado, o que não exclui a tese de estupro, pois ela pode ter sido dopada

atualizado

Compartilhar notícia

Reprodução/Facebook
Ana Carolina Lessa
1 de 1 Ana Carolina Lessa - Foto: Reprodução/Facebook

Exames preliminares feitos pelo Instituto Médico Legal (IML) no corpo de Ana Carolina Lessa, 19 anos, não apontaram lesões na vagina e no ânus da estudante de enfermagem, como ventilado anteriormente por pessoas próximas à vítima. De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Alexander Traback, o resultado parcial, no entanto, não significa que a jovem não tenha sido violentada sexualmente.

“Essa análise macroscópica não detectou ferimentos nessas regiões. Diante disso, existem duas possibilidades: ou não houve estupro ou, se existiu, é possível que tenha ocorrido com ela desacordada. Vamos aguardar o resultado dos testes laboratoriais para sanar essas dúvidas”, pondera Traback, chefe adjunto da 3ª Delegacia de Polícia (Cruzeiro).

O IML também colheu amostras das unhas de Ana Carolina. Caso o exame detecte material biológico de outra pessoa, isso pode significar que a universitária tenha resistido a um abuso e, ao se defender, unhado o suposto agressor.

A estudante de enfermagem morreu por volta das 15h da última segunda-feira (25/6), no Hospital São Matheus, no Cruzeiro. Dois dias antes, a vítima esteve em uma festa rave chamada Arraiá Psicodélico, na zona rural do Recanto das Emas. A jovem chegou a ser dada como desaparecida, mas foi localizada na tarde de domingo, na casa de um colega, em Ceilândia. A universitária teve duas paradas cardíacas e falência renal na unidade de saúde.

Punção no braço
Ao dar entrada no IML, o cadáver de Ana Carolina apresentava várias punções nos braços. Com o objetivo de tentar salvá-la, os médicos do Hospital São Matheus injetaram medicamentos nas veias da estudante. No entanto, os responsáveis pela diligência do caso circularam uma das perfurações para indicar aos técnicos em necropsia do instituto que aquela abertura não havia sido feita no hospital.

Os investigadores querem saber se a punção foi provocada por alguma substância ilícita injetada ou se a equipe médica da unidade de saúde aplicou glicose na veia da moça. Um amigo de Ana Carolina contou que ela chegou a ser atendida duas vezes na festa, mas não soube detalhar quais procedimentos foram feitos.

Um outro colega garantiu ter visto a universitária ingerindo um sedativo conhecido como cetamina. Em seu estado natural, a substância é usada como anestésico em animais de grande porte; associada a álcool ou drogas sintéticas, é apelidada de Special K. A mistura se torna alucinógena e possivelmente letal.

Mistério
Muitas perguntas ainda não foram respondidas e tornam a tragédia um mistério. Uma delas é saber com quem vítima foi para o evento. Na semana passada, a polícia ouviu três pessoas que disseram ter visto Ana Carolina Lessa descontrolada no Arraiá Psicodélico, mas todos alegaram não saber se ela chegou à festa acompanhada.

Nesta semana, a oitiva de uma testemunha pode ser determinante para esclarecer se a estudante estava com alguém durante a rave. Uma amiga de Carolzinha – como era carinhosamente chamada – foi arrolada para prestar depoimento. Os investigadores não revelaram o nome da depoente. Segundo relatos, a colega ela estaria com o celular da vítima.

As últimas ligações e mensagens recebidas e enviadas podem ajudar a polícia a esclarecer o que aconteceu com Carolzinha antes e durante a festa.

Mãe exige justiça
Na sexta (29/6), uma equipe da 3ª DP esteve na casa da mãe de Ana Carolina, Valda Lessa, para terminar de colher o depoimento dela. Por estar muito abalada, não conseguiu finalizar a oitiva na semana passada. Ponderada, evitou apontar responsáveis pela tragédia.

“Tenho absoluta certeza de que se aproveitaram da inocência dela para dopá-la, mas não quero acusar ‘A’ ou ‘B’, pois posso cometer uma injustiça. Só quero que a polícia termine logo essa investigação e puna quem tiver de punir”, declarou.

Quem levou Carolzinha para o Pôr do Sol foi o estudante Lucas Brito, 21, colega dela. Segundo o rapaz, uma amiga em comum o interceptou e relatou que Ana Carolina estava desmaiada perto de uma grade.

De acordo com a versão de Lucas, ele ficou acompanhando a jovem a partir desse momento. Teria, inclusive, ligado para a melhor amiga dela, Jaissa Barbosa da Silva, 19, para perguntar o que deveria fazer. “Disse para ele alimentá-la e colocá-la pra descansar”, relatou a moça ao Metrópoles.

Segundo Jaissa, Lucas queria deixá-la em casa, mas, como não havia ninguém lá, levou a universitária para a residência de um outro colega, na Ceilândia. Lá, a garota teria recebido roupas novas, tomado banho e almoçado.

Missa de 7º dia
Na noite desse domingo (1º/7), amigos e familiares reuniram-se para homenagear Carolzinha na Paróquia Imaculado Coração de Maria, em Águas Claras. Durante a missa de 7º dia, os parentes optaram pelo silêncio no decorrer da celebração – conduzida pelo padre Luís Gustavo. Os poucos que falaram sobre o episódio lembraram do sorriso da estudante e cobraram Justiça.

“Perdemos uma menina linda, do bem, boa aluna e trabalhadora. Queremos saber o que aconteceu e que os culpados sejam punidos”, protestou a ruralista Erenilda de Assis, 43, vizinha da família da vítima.

 

 

 

Compartilhar notícia

Quais assuntos você deseja receber?

sino

Parece que seu browser não está permitindo notificações. Siga os passos a baixo para habilitá-las:

1.

sino

Mais opções no Google Chrome

2.

sino

Configurações

3.

Configurações do site

4.

sino

Notificações

5.

sino

Os sites podem pedir para enviar notificações

metropoles.comDistrito Federal

Você quer ficar por dentro das notícias do Distrito Federal e receber notificações em tempo real?