O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do país, apresentou alta de 0,48% em fevereiro no Distrito Federal – 0,15% a mais que o mês anterior. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (10/3) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o levantamento, o indicador registou o aumento da inflação em todas as capitais entrevistadas. Apesar da elevação em comparação a janeiro, Brasília teve a segunda menor variação do país, atrás apenas de Rio Branco (0,44%).

Inflação é o termo da economia utilizado para indicar o aumento generalizado ou contínuo dos preços de produtos ou serviços. Com isso, a inflação representa o aumento do custo de vida e a consequente redução no poder de compra da moeda de um paísKTSDESIGN/SCIENCE PHOTO LIBRARY / Getty Images

Em outras palavras, se há aumento da inflação, o dinheiro passa a valer menos. A principal consequência é a perda do poder de compra ao longo do tempo, com o aumento dos preços das mercadorias e a desvalorização da moedaOlga Shumytskaya/ Getty Images

Existem várias formas de medir a inflação, contudo, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) é o mais comum delesJavier Ghersi/ Getty Images

No Brasil, quem realiza a previsão da inflação e comunica a situação dela é o Banco Central. No entanto, para garantir a idoneidade das informações, a pesquisa dos preços de produtos, serviços e o cálculo é realizado pelo IBGE, que faz monitoramento nas principais regiões brasileirasboonchai wedmakawand/ Getty Images

De uma forma geral, a inflação pode apresentar causas de curto a longo prazo, uma vez que tem variações cíclicas e que também pode ser determinada por consequências externasEoneren/ Getty Images

No entanto, o que influencia diretamente a inflação é: o aumento da demanda; aumento ou pressão nos custos de produção (oferta e demanda); inércia inflacionária e expectativas de inflação; e aumento de emissão de moedaselimaksan/ Getty Images

No bolso do consumidor, a inflação é sentida de formas diferentes, já que ela não costuma agir de maneira uniforme e alguns serviços aumentam bem mais do que outrosAdam Gault/ Getty Images

Isso pode ser explicado pela forma de consumo dos brasileiros. Famílias que possuem uma renda menor são afetadas, principalmente, por aumento no preço de transporte e alimento. Por outro lado, alterações nas áreas de educação e vestuário são mais sentidas por famílias mais ricasJavier Zayas Photography/ Getty Images

Ao contrário do que parece, a inflação não é de todo mal. Quando controlada, é sinal de que a economia está bem e crescendo da forma esperada. No Brasil, por exemplo, temos uma meta anual de inflação para garantir que os preços fiquem controlados. O que não pode deixar, na verdade, é chegar na hiperinflação - quando o controle de todos os preços é perdidocoldsnowstormv/ Getty Images
Agora em fevereiro, o grupo que registrou a maior alta de preços, com 0,46 pontos percentuais, foi a educação – com 6,55%. As maiores variações vieram das mensalidades de cursos regulares (8,54%): ensino fundamental (10,38%), pré-escola (9,70%), ensino médio (9,35%), creche (8,82%) e do ensino superior (7,51%). Também registraram alta cursos de idiomas (5,19%), cursos preparatórios (4,36%) e pós-graduação (3,70%).
Os setores de saúde e cuidados pessoais, bem como alimentação e bebida, também sofreram alta. O primeiro registrou o segundo maior impacto do mês, com 0,17 ponto percentual e variação de 1,26% – inclusive com alta de 1,22% no plano de saúde. Já o segundo, apresentou alta de 0,45% – com destaque para hortaliças e verduras (4,20%), para as frutas (1,51%) e alimentação fora do domicílio (de 0,72%).
Na contramão, os grupos que mais puxaram o índice de inflação para baixo foram: transportes (-1,05%) e artigos de residência (-0,54%).
Confira:
- Alimentação e bebidas: 0,45%
- Habitação: -0,20%
- Artigos de residência: -0,54%
- Vestuário: -0,41%
- Transportes: -1,05%
- Saúde e cuidados pessoais: 1,26%
- Despesas pessoais: 0,59%
- Educação: 6,55%
- Comunicação: -0,12%
Números no país
O IPCA em fevereiro foi de 0,84% e ficou 0,31 ponto percentual (p.p.) acima da taxa de janeiro (0,53%). No ano, o IPCA acumula alta de 1,37% e, nos últimos 12 meses, de 5,60%, abaixo dos 5,77% nos 12 meses anteriores. Em fevereiro de 2022, a variação havia sido de 1,01%.
Neste mês, a maior alta no grupo de alimentos foi da cenoura, que subiu 19,52%. Em seguida, aparecem mamão (12,25%), manga (10,46%), alface (8,36%), leite longa vida (4,62%), maçã (3,72%), ovo (2,25%) e arroz (1,91%).
Por outro lado, houve queda no preço médio da carne (-1,22%), da batata-inglesa (-11,57%) e do tomate (-9,81%). A carne teve a maior queda de preço em 15 meses, desde novembro de 2021.
Veja as maiores altas dos preços de alimentos em fevereiro
- Cenoura: 19,52%
- Mamão: 12,25%
- Manga: 10,46%
- Alface: 8,36%
- Leite longa vida: 4,62%
- Maçã: 3,72%
- Ovo: 2,25%
- Arroz: 1,91%