metropoles.com

Sobe e desce nas bombas. Preço da gasolina volta a cair no DF

Valor do litro, que estava em R$ 3,90 na semana passada, está sendo vendido a R$ 3,85. Postos de combustível estão na mira do Cade, Ministério Público e da Polícia Federal por suspeita de cartel

atualizado

Compartilhar notícia

Rafaela Felicciano/Metrópoles
gasolina
1 de 1 gasolina - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

O brasiliense que costuma abastecer com frequência nos postos de combustível não está entendendo o sobe e desce dos preços nas bombas. Depois de reajustarem o valor do litro para R$ 3,90, as empresas reduziram para R$ 3,85 nesta semana. O álcool, que chegou a custar R$ 3,63, agora é encontrado por R$ 3,49, em média.

Maior rede de postos no DF, a Cascol Combustíveis informou, em nota, que não comenta preços. Mas lembrou que assinou com o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) um acordo, que fixa por seis meses como margem de comercialização o percentual de 15,87% sob a gasolina comum, o que tem impacto no preço final para o consumidor.

A alteração dos preços se tornou comum desde novembro do ano passado, quando uma grande operação envolvendo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MPDFT, a Polícia Federal e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) levou donos de postos à carceragem da PF, acusados de prática de cartel. De acordo com os investigadores, o prejuízo que apenas uma das redes causou para os brasilienses chegou a R$ 1 bilhão por ano.

O marceneiro Antonio Marcos, 42 anos, mora em São Sebastião e não está satisfeito com a diminuição do preço nas bombas. “Isso não me convence porque em Brasília sempre pagamos mais caro no combustível. É capaz de subir de novo daqui a pouco”, disse.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Antônio Marcos acredita que a redução deveria ser maior

 

A vendedora Patrícia Miranda, 31, comemora a nova redução, mas defende que a ela teria que ser maior: “Nossos impostos aumentam, a gasolina é vendida por um valor absurdo, e nosso salário continua o mesmo”. A mãe de Patricia, Edna Miranda, 50, nota que os mesmos preços são praticadas em vários postos do DF. “Não existe concorrência”, destaca.

Intervenção
Diante das suspeitas de combinação de preços, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) determinou a intervenção na rede Cascol e na semana passada concluiu o processo de escolha do administrador provisório para a execução da medida preventiva estabelecida para o grupo.

O escolhido para o cargo foi o administrador Wladimir Eustáquio Costa, com mais de 30 anos de experiência profissional no setor de combustíveis. O período de intervenção começa no próximo dia 12. A iinvestigação do Cade pode embasar uma possível perda do registro dos postos de combustíveis que insistirem em continuar combinando preços. O Artigo 10 da Lei 9.847, de 1999, prevê como pena a perda do registro ao estabelecimento que infringir a defesa da concorrência.

Para ser cumprida, basta que o órgão fiscalizador, no caso o Cade, condene a rede pela prática ilegal. “Havendo condenação pelo Cade, será cassado o registro da rede, que não poderá mais atuar no ramo”, afirmou o representante da ANP Douglas Pedra.

Compartilhar notícia