Gás de cozinha vai ficar até 25% mais caro no DF a partir do dia 5/9

Reajuste médio será de 8,84%, mas o valor do botijão pode subir mais em algumas revendedoras, segundo apurou o Metrópoles. Sindicato explica que mercado tem autonomia para fixar seus preços

Caroline Bchara
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Os brasilienses devem preparar o bolso. O Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), mais conhecido como gás de cozinha, vai ficar mais caro no Distrito Federal. Segundo levantamento feito pelo Metrópoles, o aumento médio será de 8,84%, mas pode chegar a 25% em algumas revendedoras.O novo preço entra em vigor a partir de 5 de setembro.

Questionado sobre o motivo do reajuste, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás) afirmou que não comenta a política de preços do setor. Explicou que os valores são livres em todos os elos da cadeia.

“Não há tabelamento e, por isso, os preços podem sofrer variações para cima e para baixo de maneira não uniforme. As distribuidoras associadas não reportam ao sindicato qualquer aumento ou baixa de preço. Como o mercado tem autonomia para fixar seus preços, o Sindigás orienta o consumidor a pesquisar os valores cobrados pelas revendas e escolher aquele fornecedor que oferece não só preços mais vantajosos, mas também os melhores serviços”, ressalta a nota divulgada pelo sindicato.

Bater perna atrás dos melhores preços é, mesmo, a melhor saída para os consumidores. Os preços são bastante variáveis. A reportagem encontrou estabelecimentos que vendem botijões a R$ 55, a R$ 68 e até a R$ 72, em Águas Claras, Taguatinga e Ceilândia. Com o aumento, a unidade passará a ser vendida por até R$ 90 no DF.

Em documento enviado aos revendedores (confira abaixo), a SuperGasbras, uma das principais distribuidoras da cidade, justificou a alta alegando “custos operacionais balizados pela inflação” e que o reajuste tem como objetivo “manter o alto padrão e excelência operacional e segurança”.

 

De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o gás de cozinha teve um aumento de 15,64% nos últimos 12 meses no Distrito Federal. O índice foi maior que a média nacional para o período, que fechou em 14,93%. Na contramão do reajuste, os números mostram que nos sete primeiros meses de 2016, o valor do botijão teve queda de 6,66%.

A Agência Nacional do Petróleo (ANP), por sua vez, disse que acompanha semanalmente o comportamento dos preços praticados e comunica ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) caso identifique fatos que possam configurar infrações como cartel e preços predatórios.

A ANP fez um levantamento com 71 revendedoras do produto e constatou que o preço médio do botijão de gás no Distrito Federal é de R$ 57,32 – o valor mais baixo encontrado pela agência foi de R$ 45, enquanto o mais alto foi de R$ 65, ainda sem levar em consideração o reajuste.

Cartel
Em junho deste ano, a 5ª Turma Cível do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) condenou as empresas Liquigás Distribuidora, SHV Gás Brasil e Nacional Gás Butano Distribuidora por dano moral coletivo em razão da prática de cartel para a venda de gás de cozinha. Cada empresa teve que pagar R$ 250 mil.

A condenação decorreu de ação impetrada pela Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor (Prodecon) do Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT). Para o promotor de Justiça Paulo Roberto Binicheski, o aumento no valor do produto em 2013 teve como objetivo ganhos ilegítimos, injustificados e arbitrários, por não decorrer de acréscimo de custo da atividade ou de melhoria de qualidade do produto oferecido ao consumidor.

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