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Desconto em compras à vista já está valendo no DF. Redução chega a 10%

Dependendo do poder de pechincha do consumidor, a queda pode ser maior ainda. Diferenciação no preço foi permitida por medida provisória

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Patrícia Martins
1 de 1 Patrícia Martins - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Lojas e prestadores de serviço no Distrito Federal já estão dando descontos para os clientes que pagarem à vista. Em média, a redução no valor chega a 10%. Dependendo do poder de pechincha do consumidor, a queda pode ser maior ainda. A diferenciação no preço cobrado de acordo com a forma de pagamento está prevista na Medida Provisória 764

A nova regra faz parte de um pacote de medidas anunciadas pelo governo para estimular a economia, que passa por um período de forte recessão. Antes da MP, os descontos de acordo com a forma de pagamento (dinheiro, cheque, cartão de crédito ou débito) estavam proibidos por lei. Agora, é facultativo.

A professora Patrícia Martins, de 40 anos (foto em destaque), aproveitou para ir às compras na manhã desta quarta (28/12) e verificar se os lojistas estão realmente dando desconto. “Costumo pagar mais no cartão de crédito. Mas, agora, se a redução for vantajosa, vai valer a pena pagar em dinheiro”, disse.

A consumidora destaca que ficará atenta se não haverá manobra dos comerciantes em aumentar o valor dos produtos. “O que não pode ocorrer é aumentar o preço das mercadorias. Dessa forma o comerciante estaria, na verdade, cobrando o que seria o preço normal. É preciso que haja fiscalização das entidades representativas do comércio”, cobra.

Além da redução de preços nas compras em dinheiro, espera-se o corte nas taxas cobradas pelas empresas de cartão, que estão entre as mais altas do mundo. Com a MP publicada nesta terça-feira (27/12), torna-se nula cláusula contratual que proibia ou restringia a diferenciação de preços.

Desconto
No centro comercial Gilberto Salomão, uma sapataria passou a oferecer o desconto de 10% para quem pagar à vista. Segundo a gerente, o percentual pode aumentar, dependendo do movimento das vendas. “Se os clientes gostarem e passarem a comprar mais, podemos chegar a 12%”, disse com cautela.

O presidente da Federação do Comércio do DF (Fecomércio), Aldemir Santana, defende a diferenciação. “Esse desconto pode ser até maior em alguns casos. Não tem um limite fixo”.

Aberta há pouco mais de um mês, a loja Bella Stampa, na Asa Sul, oferece descontos nas compras com pagamentos à vista. “Um vestido com valor de R$ 355, por exemplo, sai a R$ 319 no dinheiro. Já havíamos adotado a prática como uma maneira de cativar os nossos clientes. Se ele encontrar a mesma peça ou algo parecido em outra loja que não ofereça desconto, volta para comprar com a gente”, explica a lojista Valgeane de Alencar, 43 anos.

Rafaela Felicciano/Metrópoles
Com o desconto à vista, o vestido passou de R$ 355 para R$ 319

 

Apesar de achar a proposta positiva, o economista Vitor Almeida diz que a medida não deve causar grande impacto na retomada da economia. “É preciso que haja a redução de juros para cartões de crédito, entre outros indicadores”, argumenta.

Vitor alerta que os clientes têm que ter cuidado para não cair em armadilhas. “O que o consumidor tem que fazer primeiro é checar se tem desconto à vista. Para isso, precisa confirmar e pesquisar em pelo menos três lojas, inclusive na internet”, completa.

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