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DF: medo do coronavírus faz venda de pacotes a Europa cair 30%

Agências relatam pedidos de suspensão de viagens. Há gente pedindo antecipação do retorno de áreas afetadas. Veja como pedir reembolso

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Hugo Barreto/Metrópoles
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1 de 1 Coronavirus-viagens-4 - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

A propagação do novo coronavírus pelo mundo tem impactado diversos setores, entre eles, o setor de turismo. No Distrito Federal, algumas agências acumulam pedidos de cancelamento de viagens para países onde há casos confirmados da doença.

O supervisor da agência Apolo Turismo, Silvio Mota, contou que, por conta do Covid-19, as empresas aéreas estão com políticas específicas sobre alterações nas passagens. Além disso, já há registros de cancelamentos para destinos considerados de risco.

“Recentemente, uma cliente que estava com viagem marcada para Roma cancelou a viagem. Ela iria no dia 13 de março, mas, por sorte, as companhias aéreas estão com políticas específicas por causa do coronavírus. Reembolsos estão sendo feitos sem multa. Cancelamento de passagens e outras mudanças não estão apresentando gastos ao consumidor”, explicou Silvio.

Na agência, a procura por viagens com destino à Europa diminuíram em cerca de 30%. As vendas também retraíram em relação ao ano passado (2019) em 30%, por diversos motivos, entre eles, o coronavírus.

A agência Viamar Viagens e Turismo também sente os impactos da doença. Erley Lago, sócia-proprietária da empresa, projeta que a procura por pacotes para países da Ásia e da Europa deve diminuir em cerca de 60%.

“A doença ainda está no começo, mas as pessoas estão com medo. As vendas para essas regiões (Europa e Ásia) devem cair em 60%. Tínhamos uma viagem para Lisboa, mas o cliente cancelou por conta da proximidade a países infectados. Temos um outro caso de uma mulher que vai para Itália em novembro. Não sabemos como a situação vai estar até lá, mas deve cancelar”, explicou Erley.

Erley afirmou que já é possível perceber que as companhias aéreas estão cancelando voos com destino a Europa e a Ásia. “Geralmente, as companhias nos mandam e-mails sobre problemas que venham a ocorrer e isso está acontecendo, especialmente para a China. Mesmo que o foco seja lá, eu percebo que as pessoas estão receosas de viajar até para dentro do Brasil. O medo é grande”, completou.

Outro fenômeno também tem ocorrido nos últimos dias: pedidos de antecipação da volta ao Brasil de pessoas que estão em localidades onde há muitos casos confirmados da doença, como China, Itália e Tailândia.

Veja fotos de movimentação no Aeroporto JK:

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Conscientização

A fim de tentar minimizar os efeitos, diferentes medidas estão sendo tomadas para conscientizar os consumidores sobre os cuidados a serem tomados em relação ao novo coronavírus. A Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa), por exemplo, informou de campanha para evitar notícias falsas sobre a doença.

“As empresas estão monitorando todas as fontes de órgãos oficiais, nacionais e internacionais, como a OMS, OMT, Ministério da Saúde e do Turismo e Anvisa, entre outras, para manter a comunicação eficaz e evitar a proliferação de fake news”, pontuou o órgão.

Já a Associação Brasileira de Agências de Viagens (Abav) detalhou que tem compartilhado com todas as agências de turismo associadas informações de fornecedores. Principalmente no que diz respeito a políticas de remarcações, que são de responsabilidades desses fornecedores.

O órgão também atua diretamente na solicitação de que não se imponham restrições de multas ou penalidades aos consumidores que optarem por alterar o destino ou o período da viagem.

No aeroporto

Com cinco casos suspeitos de coronavírus no Distrito Federal até a quinta-feira (27/02/2020), pessoas que viajam para diferentes destinos — nacionais ou internacionais — ou que chegam à capital temem os riscos de contaminação pela doença. Os casos suspeitos são investigados pela Secretaria de Saúde. Não há nenhuma confirmação positiva, segundo as autoridades locais.

Para enfrentar a situação, que causa alarme em todo o mundo, o GDF montou o Plano de Contingência para a Epidemia da Doença e lançou um Centro de Operações de Emergência (COE).

O casal de alemães Sebastian Willenberg e Sara Ditsch, de 20 anos, veio passar o Carnaval na capital do país, onde vive parte da família do rapaz. Nesta quinta (27/02/2020), depois de uma semana em Brasília, os dois retornam ao país europeu, onde também há casos do novo coronavírus.

“Meu pai tem problema no pulmão. Com qualquer gripe ele pode ficar realmente doente. Então, [o uso das máscaras] é mais para prevenir, para não passar alguma possível doença para nossos familiares mais velhos, porque a gente mesmo não tem tanto risco como eles, já que somos mais jovens”, explicou Sebastian, que fala português.

Maria Abi Sampaio, 74 anos, mora em Barcelona, na Espanha, há 19 anos. Ela veio a Brasília no início deste mês, para celebrar o aniversário da mãe. Retornando para casa nesta quinta, ela ficará em alerta durante a viagem internacional.

“Minha sobrinha, que também mora lá [em Barcelona], disse que tinha uma suspeita de coronavírus e todos nós temos medo. Então, é melhor prevenir do que remediar”, afirmou a aposentada, apontando para a máscara no rosto.

A estudante Luani de Oliveira Teixeira, 24 anos, passou pelo Aeroporto de Brasília apenas para deixar uma amiga que iria viajar para Campinas (SP). No curto período que passou pelo local, ela resolveu usar máscara a fim de se proteger.

“Minha amiga chegou terça de Campinas e voltou agora. Até terça, não tínhamos visto nada. Agora, com as suspeitas que existem aqui, nós duas já saímos com máscaras”, comentou.

Dicas 

O Instituto de Defesa do consumidor do DF (Procon-DF) repassou algumas dicas sobre o que consumidor pode fazer em caso de cancelamento de viagens para países infectados:

  • Para o caso de cancelamento de viagem para algum país infectado, o entendimento é de que se analisadas em conjunto com a teoria do risco da atividade, o direito à informação, a vulnerabilidade e hipossuficiência do consumidor, poderá este requerer a desistência do contrato, na ocorrência de caso fortuito ou força maior, existindo o direito ao ressarcimento das quantias pagas e a não incidência da multa rescisória. Consequentemente, há a possibilidade de abertura de reclamação no âmbito de competência do PROCON/DF quando houver resistência por parte dos fornecedores em atender os pedidos dos consumidores (rescisão, restituição de valores pagos, não aplicação de multa rescisória, etc).
  • É orientado também que o consumidor entre em contato com a empresa e exista uma negociação viável e proporcional considerando a vulnerabilidade e hipossuficiência do consumidor .A empresa deve fornecer alternativas de resolução do problema e não pode se isentar de resolver a demanda do consumidor, mesmo que não haja hipótese legal específica e determinada para este tipo de acontecimento.
  • O Procon ainda informou que está atento aos acontecimentos, e segue orientando os consumidores que recorrem a pasta. E caso seja necessária abertura de reclamação, as demandas dos consumidores serão acolhidas.

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