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Detran-DF aperta fiscalização em lojas que vendem peças de carros

Grupo de trabalho foi criado após operação da PCDF desarticular um esquema de comércio clandestino de peças de veículos

atualizado

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Divulgação/PCDF
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1 de 1 Operação-no-Setor-H-Norte - Foto: Divulgação/PCDF

O Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) criou um grupo de trabalho para intensificar a fiscalização sobre lojas especializadas na venda de peças de veículos. No último dia 6, a autarquia publicou uma portaria na qual determina que o GT faça auditoria nesses estabelecimentos e empregue tecnologia a fim de evitar novas fraudes.

As medidas foram tomadas após a Polícia Civil do DF deflagrar megaoperação no dia 30 de setembro para desarticular uma organização criminosa especializada em roubo e desmanche de carros. Cerca de 450 policiais cumpriram 120 mandados de prisão, preventiva e temporária, de busca e apreensão. Durante a ação, os agentes interditaram 20 lojas no DF, São Paulo e Goiás. As buscas foram feitas nas cidades de Campinas, Valinhos, Hortolândia, Indaiatuba, Brasília, Goiânia e Águas Lindas.

A operação foi em conjunto com a Secretaria de Fazenda do DF, que destacou 18 auditores para a ação. Foram mobilizadas três aeronaves e 100 viaturas. De acordo com a Coordenação de Repressão aos Crimes Patrimoniais (Corpatri), que conduziu as investigações, os criminosos faziam a revenda de peças automotivas em outros estados. No DF, eles atuavam principalmente no Setor H Norte, em Taguatinga.

A Polícia Civil estima que a quadrilha teria enviado ao DF, na última década, ao menos 2 mil carros cortados. A operação foi batizada de Rota da Seda, em alusão aos trajetos comerciais que, na antiguidade, se originavam na Ásia e faziam chegar aos europeus diversos produtos sem que eles soubessem o preço.

​A investigação apontou que os veículos eram roubados e furtados em Campinas (SP) e adjacências, cortados em galpões gigantes e imediatamente remetidos a lojas do DF.

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Ainda de acordo com os policiais, para ludibriar a fiscalização nas rodovias, eram emitidas notas fiscais frias. Todos os números de identificação do chassi também eram suprimidos, impedindo que fosse possível identificar e vincular as peças transportadas a ocorrências de roubos e furtos em São Paulo.

​Ao chegarem no DF, as peças eram pulverizadas em dezenas de lojas que as inseriam no mercado, também pela emissão de notas falsas, fazendo girar uma imensa máquina de lavagem de dinheiro e uma série de fraudes tributárias.

​Ao roubar e furtar veículos em uma unidade da Federação e remetê-los para outra, a organização criminosa conseguia ficar fora do radar das autoridades locais. No mesmo giro, a emissão de notas falsas camuflava ainda mais a operação, razão pela qual o esquema conseguiu funcionar por tanto tempo sem ser descoberto.

Investigação
​Os policiais se infiltraram no comércio de autopeças do Setor H Norte em Taguatinga e, passando-se por empresários, simularam compras de lotes de peças – chamados de “pacotes” ou “kit lata”. A partir daí, conseguiram descobrir todo o esquema e chegar até os núcleos da quadrilha em SP e GO.

​​Segundo a PCDF, ficou comprovado que pelo menos 95% das lojas do DF estavam fora da legislação vigente, a qual exige uma série de condicionantes para autorização de funcionamento. Os policiais constataram que, direta ou indiretamente, a grande massa de estabelecimentos da capital federal estaria vendendo peças de carros roubados e furtados não só no DF mas também em outros estados.

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