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Deputado pedirá explicações ao GDF sobre obra de posto no Lago Sul

Deputado distrital vai cobrar explicações do Governo do Distrito Federal sobre obra de posto na nobre região administrativa

atualizado

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Matheus Veloso/Metrópoles
tratores derrubam árvores nativas no Lago Sul9
1 de 1 tratores derrubam árvores nativas no Lago Sul9 - Foto: Matheus Veloso/Metrópoles

O deputado distrital Robério Negreiros (PSD) vai cobrar explicações do Governo do Distrito Federal sobre a construção de um posto de gasolina na QL 10 do Lago Sul. Os moradores do local estão insatisfeitos com a derrubada de árvores nativas do cerrado e acionaram o parlamentar em um grupo de WhatsApp. “Pedirei informações e postarei tudo aqui. Se tiver algo irregular, serei o primeiro a acionar todos os órgãos competentes”.  Veja a conversa:

Moradores procuram deputado sobre construção do posto

O parlamentar confirmou ao Metrópoles ter sido procurado por moradores do Lago Sul, que têm denunciado supostas irregularidades envolvendo a construção do posto. “Vou requisitar informações e defender o que for legal – seja a construção ou não do posto de gasolina. Vou acionar o Ibram [Instituto Brasília Ambiental], a Seduh [Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação] e a Terracap [Agência de Desenvolvimento do Distrito Federal]”, disse.

Negreiros acrescentou que a manifestação popular é justa e válida. “Mas temos que analisar as eventuais falhas para poder agir”, alegou. O parlamentar é líder do governo na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF).

Além da perda das árvores nativas, os residentes reclamaram de outros impactos ao meio ambiente, como a possível contaminação do solo. Eles ainda se queixam que não houve qualquer tipo de consulta pública sobre a implantação do posto de gasolina na região.

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Moradorees destacam ainda que a cerca de 1 quilômetro da obra — equivalente a dois minutos de carro — há um empreendimento do mesmo tipo. Veja a distância exata marcada pela plataforma Google Maps.

A ex-administradora do Lago Sul e presidente do Conselho Comunitário (CCLS), Natanry Osório, juntou-se aos críticos da nova construção. Ela ressaltou que, em 2013, tentaram construir um posto no local. “A reação dos moradores impediu, porque não havia e não há a menor necessidade. Dessa vez, estão fazendo sem comunicar ninguém”.

Em 2013, moradores se reuniram para evitar construção de posto de gasolina

Outro lado

Questionada, a Administração Regional do Lago Sul informou que a área está liberada para construção de posto de gasolina. “Portanto, neste aspecto, não tem ilegalidade”. Segundo nota, não seria necessária uma audiência pública, uma vez que o terreno está reservado para esse tipo de construção.

A Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Habitação (Seduh) informou que, segundo a área técnica da pasta, “a obra tem alvará de construção”.

Em relação à derrubada das árvores, o Instituto Brasília Ambiental (Ibram) disse que “a obra mencionada tem as autorizações necessárias emitidas pelos órgãos competentes, além de não causar impactos negativos”.

O Ibram acrescenta que a autorização é concedida pela autarquia após “cumprimento de rito”. “Tudo licenciado e dentro da legislação ambiental”. Segundo nota, não seria necessária uma audiência pública para o licenciamento ambiental de postos.

O órgão não informou o nome da empresa responsável pela obra. No canteiro também não há placa informando quem é o engenheiro responsável pela construção.

Os órgãos, no entanto, não explicaram por que concederam autorização para derrubadas de centenas de árvores que darão lugar a um um posto numa região onde há um empreendimento do mesmo porte.

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