Defesa Civil vê risco de novo desabamento em prédio que caiu no DF

"Tem muita coisa pendurada", diz órgão. Operário se feriu após desmoronamento de parte de edifício na 713 Norte, na tarde desta sexta

Matheus Garzon
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A Defesa Civil informou que há indícios de risco de novo desabamento no prédio que desabou parcialmente na 713 Norte, em Brasília, nesta sexta-feira (6/8). Parte do edifício em obras desabou no início da tarde deixando uma pessoa ferida.

“Tem muita coisa pendurada. Por esse motivo o isolamento aqui vai ficar por algum tempo”, declarou o tenente-coronel Rossano Bohnert, da Defesa Civil. O órgão se deslocou ao local para fazer a avaliação do comprometimento do prédio.

A expectativa é que moradores do local e do edifício vizinho não possam passar a noite dentro de casa. A princípio, os espaços devem ser liberados apenas para que eles busquem objetos de valor.

Rossano informou que existe um termo de responsabilidade da obra. “Identificamos o engenheiro responsável e pedimos para ele nos ajudar, dizer o que estava sendo feito para ocorrer isso”, afirmou.

“Nasci de novo”

Pedreiros que trabalhavam no local ouviram um estalo em um dos pilares e deixaram o edifício pouco antes que a estrutura viesse abaixo. “Se demorasse mais 20 segundos eu não sei o que poderia acontecer. Posso dizer que nasci de novo”, diz Jerlânio da Silva, 41, um dos profissionais que atuavam na construção.

Ele contou ao Metrópoles que viu um deslocamento de aproximadamente cinco centímetros em um dos pilares da edificação. “Neste momento eu chamei os outros dois, disse que nossa vida era mais importante e mandei todo mundo descer”, conta.

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Bombeiros foram ao local inspecionar a estrutura
Parte de prédio desabaou na Asa Norte
Parte de prédio desabou na 713 Norte
Um operário ficou ferido
O primeiro pavimento ficou destruído
Arnaldo da Silva, pedreiro que estava na obra do apartamento que desmoronou
Ainda não se sabe o que provocou o desabamento

Ele saiu do lugar imediatamente, mas conta que os outros dois colegas pararam para lavar os pés e recolher algumas coisas. Jerlânio diz que considera uma benção nada ter acontecido de mais grave.

Outro pedreiro que também estava na obra era Arnaldo da Silva, 62. O trabalhador explica que as paredes do local estavam sendo derrubadas para ficar um espaço amplo na parte central. “Era seguro, nós estávamos confiando naquilo que falaram com a gente, mas meu genro ouviu o barulho e a gente saiu logo”, afirma.

Ele conta que a situação foi inesperada. “Foi grande o susto, meu coração foi a mil quando ouvi tudo caindo. Saí lá de trás tremendo”, relembra.

A edificação tem dois pavimentos, e o primeiro andar ficou totalmente destruído. De acordo com os bombeiros, três operários tocavam uma obra no local. Um deles teve um corte no pé, mas os socorristas fizeram um curativo e não foi necessário transporte do paciente ao hospital.

Três lojas estavam abertas na parte de baixo do prédio, mas nenhum funcionário ou cliente se machucou.

Veja imagens do local:

O Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF) utiliza um drone para averiguar a estrutura do local pela parte de cima.

Por enquanto o prédio ficará interditado. “Nós preferimos isolar as laterais e o prédio ao lado. Já evacuamos tudo e aguardamos a Defesa Civil fazer a avaliação”, diz o tenente coronel Ribeiro.

Segundo o militar, ainda há a possibilidade de um novo desabamento. Por esse motivo ainda não será liberada a volta dos moradores ao local.

Por meio de nota, a Secretaria de Proteção da Ordem Urbanística (DF Legal) disse que o prédio é antigo e não possuía qualquer ocorrência anterior a esta. “Reformas consideradas de pequeno porte não precisam de alvará e são de responsabilidade do técnico e dos proprietários. Não há em nosso sistema registro de pedido de vistoria ou denúncia quanto a obra”, disse a pasta, que enviou uma equipe técnica ao endereço para avaliar “o que pode ser feito por parte do DF Legal”.

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