Projeto da Revista Traços é lançado em Taguatinga nesta terça (14/6)
A publicação passa a distribuir na cidade 3 mil exemplares a cada edição, que poderão ser comprados dos 20 moradores de rua inscritos no projeto
atualizado
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Desenvolvido desde novembro no Plano Piloto, o projeto da Revista Traços será lançado nesta terça-feira (14/6) em Taguatinga. A partir de agora, 20 moradores de rua inscritos no projeto passam a vender na cidade 3 mil exemplares a cada edição da publicação.
Junto com o lançamento da oitava edição, uma solenidade vai reunir a equipe da Traços, o secretário de Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social e Direitos Humanos, Joe Valle, parceiros do projeto e representantes da comunidade. O evento está acontece no Teatro da Praça, às 19h,Projeto cultural e social
Editorialmente, a Traços aborda a vida cultural no Distrito Federal. No entanto, não se trata de uma publicação qualquer. A revista está atrelada a um projeto social que tem o objetivo de ajudar pessoas em situação de rua a recuperarem a autoestima e se reintegrarem à sociedade.
Essas pessoas são treinadas em oficinas (uma delas na foto no alto) e passam a vender as revistas em diversos pontos da cidade. O primeiro lote é entregue a cada novo participante gratuitamente para que ele venda o exemplar a R$ 5. Ele embolsa R$ 4 e tem que pagar R$ 1 por unidade para obter novas revistas.
“Para a gente é uma vitória ir além do Plano Piloto e atender essas pessoas que estão nas ruas de Taguatinga, sem perspectiva”, diz o diretor da Traços, André Noblat. Ele conta que mais de 50% dos moradores de rua que se engajaram no projeto no início já saíram da situação em que se encontravam.
Conteúdo elogiado
Outro ganho contabilizado por André é a qualidade editorial da revista, que só tem recebido elogios. “A Traços é um espaço precioso para a cultura local, uma coisa que está escondida, que precisa ser mostrada. A gente percebe que as pessoas compram não para ajudar, mas porque se interessam pelo conteúdo”.
O trabalho, no entanto, é árduo. “É difícil porque tratamos com pessoas que estão há 10, 20 anos na rua. Há oscilações, recaídas. Descobrimos que o projeto exige da gente mais do que pensávamos inicialmente. Sentimos que é preciso ter um acompanhamento mais intensivo dos participantes”.
Por isso, para o segundo ano, um dos planos é aumentar ainda mais a equipe de assistência social que participa do projeto.