Coronavírus: academias fecham e vão ao GDF para reduzir prejuízos

Algumas empresas vão abonar os 15 dias da mensalidade e montam treinos para clientes fazerem em casa ou ao ar livre

Nathália Cardim
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Após publicação de decreto que suspende as atividades em academias de esportes de todas as modalidades pelos próximos 15 dias, os estabelecimentos amanheceram de portas fechadas nesta segunda-feira (16/03). As medidas são motivadas para evitar a propagação do novo coronavírus.

Alguns proprietários e professores compareceram aos espaços a fim de acertar os últimos detalhes durante a suspensão das atividades. Poucos alunos que não tinham conhecimento sobre a medida também apareceram para treinar, mas precisaram retornar para casa. O perigo de contágio do Covid-19 tem afetado a rotina do brasiliense, sem aulas e com a adoção do teletrabalho.

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Comunicado oficial da Academia Smartfit sobre suspensão nas atividades por causa do coronavírus
Comunicado oficial da Academia Bluefit sobre suspensão nas atividades por causa do coronavírus

É o caso da psicóloga Alinni Cristina Santos, 38 anos. “Eu havia visto uma mensagem nas redes sociais da minha academia à tarde e dizia que iria funcionar normalmente. Não voltei a olhar depois e acho que o decreto saiu mais tarde”, explicou.

“Vim porque achei que iria funcionar, mas estou de acordo. É uma questão de empatia. Precisamos nos cuidar neste momento que a doença avança em todo o mundo e está no auge em outros países. A solução vai ser ir para a rua. Daqui uns dias, estamos de volta”, disse a psicóloga, ao chegar para realizar as suas atividades na academia Smart Fit da 406/407 Norte.

Em comunicado, a Smart Fit informou que, devido ao coronavírus, o Governo do Distrito Federal (GDF) determinou o fechamento e, a partir desta segunda, todas as unidades não funcionarão até o próximo dia 27. O período em que a academia ficar fechada será abonado da mensalidade.

Precauções necessárias

Proprietário do Carrasco Crossfit, na 205 Norte, Rodrigo Basílio, 40, também está de acordo com a medida. “É um mal necessário. O prejuízo financeiro será grande, mas precisamos tomar as precauções e nos cuidar”, opinou.

“Não há dúvidas de que os números da doença crescerão muito e o DF sofre por ser um estado com grande volume de diplomáticos e viagens ao exterior. Nós tomamos todas as medidas necessárias, mas vamos seguir o decreto e voltaremos a abrir somente em 1° de abril. Enquanto isso, vamos auxiliar os nossos alunos pela internet e montar treinos que possam ser realizados tanto em casa como ao ar livre”, prometeu Basílio.

Renato Urany, 29, é professor de treinamento funcional do Estúdio Funcional Treinamento Inteligente na 206 Norte. De acordo com ele, os professores foram convocados nesta manhã para fazer os ajustes finais da rotina de treinos dos alunos que serão repassadas pelos canais de comunicação para que façam nas residências.

“Só viremos hoje (segunda) e amanhã. Depois, ficaremos fechados durante todos os dias do decreto. Estamos de acordo com as medidas: elas são necessárias para a segurança não só dos nossos alunos, mas também a dos profissionais e de toda a população. Todos precisam fazer a sua parte”, apontou Urany.

Prejuízo financeiro

O presidente do Conselho Regional de Educação Física da 7ª Região no Distrito Federal (CREF7), Patrick Aguiar, disse que a entidade apoia a medida, mas busca alternativas para os prejuízos financeiros e em relação à saúde da população.

“Não tem como discordar. A primeira coisa que precisamos é ter ciência de que as ações devem ser tomadas para preservar um bem maior que é a saúde da população. Entretanto, também sabemos que a falta de atividade física diminui a imunidade das pessoas e isso causa preocupação”, argumentou.

Segundo Patrick, a ideia é se reunir com o governo para buscar alternativas para que pessoas não fiquem prejudicadas.”Já pedimos uma reunião com o governador e aguardamos resposta para se encontrar o mais breve possível. Além de amenizar os prejuízos, também queremos uma linha de crédito para os proprietários de academias para que eles consigam honrar seus compromissos e o pagamento dos funcionários. Queremos evitar que os empresários não fechem as portas, e as empresas quebrem”, ressaltou.

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