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Conheça a rotina de trabalhadores que arriscam suas vidas em plena pandemia

Mesmo expostos ao coronavírus, entregadores, farmacêuticos, policiais e outros não conseguem se manter em isolamento social

atualizado

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Hugo Barreto/Metrópoles
Trabalhadores enfrentam pandemia para ganhar a vida
1 de 1 Trabalhadores enfrentam pandemia para ganhar a vida - Foto: Hugo Barreto/Metrópoles

Este Dia do Trabalhador (01/05) vai ser diferente para um grupo de profissionais. Mesmo com alto risco de contaminação pelo novo coronavírus, Motoboys, farmacêuticos e seguranças não têm escolha e se expõem diariamente para garantir o sustento da família.

Mesmo com temor da doença que já matou 30 e infectou 1.537 pessoas no Distrito Federal, eles levantam cedo, colocam suas máscaras e vão à luta. É o caso do farmacêutico Dário Carvalho de Melo, 35 anos, que admite viver momentos de tensão e medo no trabalho, mesmo seguindo todos os protocolos de segurança.


“Principalmente nos primeiros dias, não tinha o isolamento e determinação de manter a distância de 1,5m. Alguns clientes se aproximavam muito e dava, sim, um pouco de medo”, contou.

Para Carvalho, o uso de máscaras é fundamental na luta contra a pandemia, embora muita gente ainda ignore o acessório. “A profissão da gente é de risco. Fico mais preocupado principalmente nos dias que a loja fica muito cheia”.

Conheça que trabalha na linha de frente da prestação de serviços: 

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A farmacêutica Dayane Monteiro Maia, 32 anos, diz sentir orgulho da sua profissão, mas garante sentir temor pela quantidade de gente que não se previne. “A gente vai vencer a pandemia, mas vamos penar antes por causa da falta de conscientização. Muita gente não usa máscara, não lava as mãos e não respeita o isolamento”, alertou.

E ela tem motivos de sobra para se preocupar. De acordo com o último boletim divulgado pela Secretaria de Saúde, do total de infectados no DF, 30% são profissionais das áreas da saúde e da segurança.

Menor margem

Guiando a bicicleta pelas ruas de Taguatinga, o entregador de refeições por aplicativo Jolmar Oliveira, de 20 anos, trabalha para pagar as contas. Ele conta não ter sido fácil, pois o mercado de delivery inchou.

Pedidos não faltam, mas aumentou o número de profissionais. Ou seja, a margem de lucro dos entregadores encolheu. “Isso faz com que a gente ganhe cada vez menos. Não está sendo fácil, mas é o que tem”, lamentou.

Mesmo assim, Jolmar segue no pedal. Ele passou a usar máscara para preservar a saúde da companheira, que luta contra a diabetes. “Usar máscara é um gesto de amor por ela”.

Reinvenção

Higor Vinicius, de 27 anos, começou a trabalhar como segurança há um ano e três meses. No começo da nova profissão, jamais imaginou que o serviço de vigilância mudaria de ponta-cabeça com a chegada da pandemia.

Antes, os olhos do segurança estavam atentos à movimentação de criminosos ou para apartar confusões entre clientes e vendedores. Hoje, estão ficando afiados em garantir que todos entrem na loja usando máscaras.

“Mas as pessoas não respeitam o distanciamento ainda”, destacou. Quando chega em casa, ele controla o coração e deixa de abraçar a filha pequena. Toma banho, troca de roupa e, só então, recebe o afago da pequena.

Linha de frente

Para o motoboy Ricardo Oliveira, de 30 anos, trabalhar na linha de frente é arriscado. “A gente fica pensando se vai contrair, mas daí pensamos em levar comida para casa e não tem pandemia que impeça”, contou.

Apesar das dúvidas sobre a doença, Oliveira não dá chance para o azar. Usa máscara e toma todas as precauções de saúde. “O que mais me faz ter orgulho do meu trabalho é que dá para levar o sustento da minha família”, afirmou.ã

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