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Como chegar aos 70 anos de casados? Manoel e Maria contam o segredo

Manoel Emídio e Maria Joana se conheceram na juventude, em Belém de São Francisco (PE), e se mudaram para o DF em 1961, onde vivem até hoje

atualizado

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Rafaela Felicciano/Metrópoles
Casal comemora 70 anos de casados
1 de 1 Casal comemora 70 anos de casados - Foto: Rafaela Felicciano/Metrópoles

Qual é o segredo de um relacionamento longo e feliz? A resposta, segundo o aposentado Manoel Emídio da Silva, de 89 anos, e a dona de casa Maria Joana da Silva, 87, pode ser resumida em dois termos: respeito e bom-humor. Na quinta-feira (16/11), o casal — que chegou ao DF em 1961 e mora em Taguatinga —, celebra a união de 70 anos, chamada bodas de vinho. “A gente sempre viveu bem, graças a Deus. Ele sempre me respeitou e eu sempre o respeitei”, conta Maria Joana.

Manoel, no entanto, faz graça ao comentar as sete décadas de união. Segundo a dona de casa Ivanete Maria da Silva Campos, 54, filha do casal, em 2016, durante a missa de 69 anos do casamento, o padre perguntou qual era a fórmula para viver em um matrimônio tão longevo. “O papai respondeu que devia ser porque ele era surdo e não ouvia tudo o que a minha mãe dizia; e ela era cega e não via tudo o que ele fazia.”

Brincadeiras à parte, Ivanete contou que o bom-humor e os gestos gentis dos pais são ingredientes do relacionamento. “Eles fazem hidroginástica juntos e só saem de mãos dadas. São coisas simples, mas fazem toda a diferença”, comenta.

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Na quinta-feira, Manoel e Maria Joana vão celebrar a união com os outros filhos: Ivanete, os aposentados Emídio, José, Emílio e Adailton, os servidores públicos Pedro e Edvaldo, a dona de casa Elza, o administrador Hélio e a copeira Ivanilde. Além, é claro, dos 29 netos e 30 bisnetos.

Do interior de Pernambuco para o DF
O casal nasceu em Belém de São Francisco (PE), povoado a aproximadamente 650km de Recife. A história de amor começou no sertão pernambucano, em 1945, quando Manoel tinha 17 anos.

O pai de Maria Joana era primo de segundo grau de Manoel que, ao frequentar a casa da família, logo se encantou pelos belos olhos claros da moça. Após alguns anos de convivência e troca de bilhetinhos apaixonados, os dois começaram a namorar e, em 1947, se casaram.

“Como ela era filha do meu primo, tive que pedi-la em casamento para ele. Todos aceitaram muito bem. Com cinco anos de casados, viemos morar na roça, em Goiás. Em 1961, nos mudamos para Brasília. Aqui, construímos a nossa família e tudo o que temos até hoje” conta Manoel.

 

Laranjas na vizinhança
Na capital da República, Manoel trabalhou por mais de 40 anos como técnico de administração pública no Palácio do Buriti. Foi na casa de seis cômodos em Taguatinga Sul que ele e Maria Joana criaram os filhos.

No início, Manoel recebia um salário mínimo e era um sacrifício dar conta de tudo. Eu fazia doces caseiros no fogão a lenha e comprávamos laranjas para revender. As crianças ajudavam anunciando nas ruas próximas à nossa casa. Sem dúvidas, todo o nosso esforço e perseverança valeram a pena. Deu tão certo que estamos juntos até hoje.

Maria Joana da Silva

O esforço do passado serviu para unir ainda mais a família, sentimento que passou para as outras gerações. “Meus avós moram aqui há 56 anos. A casa já foi um barracão e hoje virou nosso ponto de apoio, amor e encontro. Todos os filhos e netos se orgulham muito dessa história”, conta a estudante Marina da Silva Campos Coimbra, 26, neta do casal.

Para Marina, os avós são exemplo de vida. “Temos de mostrar que ainda existem relacionamentos longos e felizes. Eles sempre viveram bem mesmo com a falta de dinheiro. A nossa família é muito unida. Nunca abandonamos uns aos outros.”

Para brindar a união, a família oferecerá ao casal, no domingo (19), uma missa de ação de graças na Igreja Nossa Senhora de Fátima, seguida por um almoço entre filhos e parentes. “O nosso único desejo é continuar envelhecendo de mãos dadas e, quem sabe, chegar às bodas de brilhante, festejando os 75 anos da nossa união”, diz Manoel.

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