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Com honrarias, agente da PF morto durante treino de tiro é enterrado no DF

Colegas de farda fizeram homenagens a Frederico Moreira de Oliveira, brasiliense morto durante um treinamento no Mato Grosso

atualizado

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Alvaro Couto/ Metrópoles
Enterro do agente da PF morto em treino de tiro
1 de 1 Enterro do agente da PF morto em treino de tiro - Foto: Alvaro Couto/ Metrópoles

Amigos e familiares do agente da Polícia Federal morto durante um treino de tiro na noite dessa segunda-feira (5/10) no Mato Grosso lotaram o Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul. Frederico Moreira de Oliveira era brasiliense, mas morava em Barra do Garças (MT), onde era um dos responsáveis pelo treinamento da corporação.

A vítima, morta aos 43 anos, foi alvo de um tiro acidental, efetuado por uma aluna. Frederico chegou a ser socorrido, mas não resistiu aos ferimentos.

Nesta quarta-feira (7/10), dezenas de colegas de trabalho do policial lotaram o Campo da Esperança, para dar o último adeus ao companheiro. Usando as fardas da corporação, os agentes prestavam condolências e homenagens a Frederico e à família dele. Na hora do sepultamento, um helicóptero da PF sobrevoou o cemitério, lançando pétalas de rosas sobre o caixão.

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Letícia Oliveira, irmã do agente, revelou que a memória do irmão está sendo bastante celebrada. “Ontem tivemos cortejo no Mato Grosso, com a participação da Polícia Federal, Civil e Militar da cidade”, conta. Para ela, o apoio oferecido pela PF tem sido fundamental para encarar o momento com tranquilidade. “Nós da família temos recebido todo o apoio da corporação, não temos do que reclamar”, agradece.

Um superior de Oliveira, que preferiu não se identificar, contou que este é o pior momento de sua carreira. “Pedi a Deus que nunca enterrasse um colega. Infelizmente, perdi também um amigo, e dessa forma”, desabafou o delegado, ainda consternado. O oficial disse também que está há dois dias sem conseguir dormir, de tão abalado que ficou com o caso.

Amigos de infância do agente Oliveira também compareceram à cerimônia. A fisioterapeuta Cláudia Fernandes, 33 anos, ainda não acredita que perdeu o parceiro de aventuras, que o conhecia desde os 13 anos, de forma “tão ridícula”, como ela mesma descreve.

“Não tem outra forma de classificar”, protesta, apesar de demonstrar empatia para com a aluna que efetuou o disparou contra Oliveira. “O que ela tá passando nos últimos dias, não deve ser fácil, também. Eu não queria estar na pele dela”, conclui.

“Mãe, tô pronto”

Valdina Moreira de Oliveira, mãe de Frederico tenta se apegar às boas recordações do filho. “Toda vez que ele viria, me dizia ‘mãe, prepara o rango e bota a cerveja para gelar que eu tô chegando!’”, relembra.

A genitora conta que, mesmo tendo atuado na Polícia Militar do DF, Detran e PCDF antes de ir para PF, Frederico ainda tinha sonhos por realizar. “Outro dia a gente conversava e ele me disse tinha vontade de conhecer Machu Pichu”, disse Valdina.

Aos 75 anos, a mãe do agente revela uma das últimas conversas que teve com o filho. “Semana passada ele me perguntou se eu já estava preparada para morrer. ‘Ainda estou lutando contra isso, meu filho’, respondi. ‘Pois eu tô pronto, mãe’, ele retrucou. E então aconteceu o que aconteceu”, lamenta.

De acordo com ela, a última vez que Frederico esteve em Brasília foi há cerca de três meses, quando Dona Val, com a saúde debilitada, disse que o filho veio visitá-la para se despedir. “De fato, foi uma despedida”, finaliza.

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