Cobras Naja e Víbora-verde chegam ao Instituto Butantan, em São Paulo

As duas serpentes deixaram o Zoo de Brasília após serem apreendidas pela PCDF, em julho. Agora, ficarão no centro de pesquisa em SP

Marcus Rodrigues
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As cobras Naja kaouthia e Víbora-verde-de-Vogel, apreendidas após investigações da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) que apontam Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkuhl como suspeito de tráfico de animais exóticos, chegaram ao Instituto Butantan, em São Paulo, nesta quarta-feira (12/8).

As cobras deixaram o Zoológico de Brasília na noite desta terça-feira (11/8), local onde estavam desde o último dia 7 de julho.

Além das duas serpentes, cinco cobras-do-milho (Corn Snake), não peçonhentas, foram transferidas para o centro de pesquisa na capital paulista, após tratativas junto ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

Em São Paulo, os animais serão registrados, passarão por exames clínicos gerais e entrarão em quarentena por um período de 30 a 40 dias.

Somente após esse prazo será definido se as serpentes poderão ser destinadas para exposição no Museu Biológico ou irão para atividades científicas e de educação ambiental.

“O Butantan tem um papel atuante em casos como esse. Não somos uma entidade fiscalizadora, mas sim de apoio aos órgãos responsáveis. Isso se dá por conta do nosso trabalho histórico com animais peçonhentos e venenosos”, explicou o diretor do Museu Biológico do instituto, Giuseppe Puorto. “Há muitos anos que o instituto trabalha junto ao Ibama e à Polícia Ambiental no recebimento de animais apreendidos, tanto da fauna brasileira como da fauna exótica”, completou.

Veja imagens da “mudança” das cobras:

1/7
Cobras foram colocadas em caixas especiais
Naja ficou famosa nas redes sociais
Naja em seus últimos momentos em Brasília
Naja picou estudante investigado por tráfico de animais exóticos
Elas vão para o aeroporto, onde serão levadas para São Paulo

Adeus, Naja!

Na semana passada, o Zoológico de Brasília havia manifestado o desejo de não ficar com as serpentes. A escolha de animais que integram o plantel do local é feita com base em um documento interno chamado Plano de Populações.

Ele é elaborado pela equipe técnica com propósitos de “conservação, educação e pesquisa, que priorizam espécies da fauna local e espécies contempladas por programas de conservação nacionais e internacionais que dependam de esforços humanos para não serem extintas”.

Segundo o zoo, espécies com alto potencial para educação ambiental e pesquisas científicas voltadas à conservação “também são prioridade para a instituição”. O conceito de apenas realizar a exibição de animais não é avaliado.

A instituição com a maior quantidade de serpentes registradas no país para fins científicos é o Instituto Butantan, referência em pesquisa biológica no Brasil, com 790 indivíduos. É de lá, inclusive, que veio o soro aplicado no estudante brasiliense após ele ter sido picado pela Naja que criava como animal de estimação. Em seguida estão a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, com 271 cobras, e a Universidade Federal da Bahia, com 181.

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