Clima esquenta no Debate Metrópoles com candidatos ao Senado. Confira

No evento, os postulantes a uma cadeira na Casa apresentaram propostas de governo e questionaram os adversários

Samara Schwingel
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Quatro candidatos ao Senado pelo Distrito Federal participaram do debate promovido pelo Metrópoles na noite desta quinta-feira (22/9). No evento, por uma hora, os postulantes a uma cadeira na Casa apresentaram propostas de governo e questionaram os adversários. Durante o embate de ideias, o clima chegou a esquentar em algumas ocasiões.

Participaram os quatro postulantes mais bem colocados na pesquisa de intenção de voto Metrópoles/Ideia divulgada na segunda-feira (19/9).  São eles: Flávia Arruda (PL), Damares Alves (Republicanos), Rosilene Corrêa (PT) e Joe Valle (PDT), respectivamente.

O debate foi dividido entre três blocos. Na primeira parte da transmissão, os candidatos se apresentaram; em seguida, direcionaram perguntas aos adversários. Depois, responderam aos questionamentos de jornalistas do Metrópoles. Na última etapa, voltaram com os questionamentos entre si e, na sequência, fizeram as considerações finais.

Veja como foi o debate completo:

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O debate reuniu os quatro candidatos mais bem colocados na última pesquisa eleitoral
A colunista Isadora Teixeira mediou o debate
O evento começou às 18h desta quinta-feira (22/9)
Estavam presentes: Rosilene Corrêa (PT), Flávia Arruda (PL), Damares Alves (Republicanos) e Joe Valle (PDT)
Damares Alves, ex-ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos
Joe Valle, candidato da chapa de Ciro Gomes (PDT)
Flávia Arruda (PL) é candidata apoiada por Jair Bolsonaro (PL) e pelo governador Ibaneis Rocha (MDB)
Rosilene Corrêa (PT) compõe a chapa de Leandro Grass (PV), candidato ao GDF
Durante o evento, o clima esquentou entre os participantes
No primeiro bloco, os candidato perguntaram entre si
Flávia Arruda respondeu aos questionamentos de adversários e jornalistas do Metrópoles
Damares foi muito questionada sobre o apoio ao presidente Jair Bolsonaro
O evento teve duração de 1h

1º bloco

Damares Alves começou perguntando para Rosilene Correa sobre o posicionamento da petista em relação ao aborto. Rosilene respondeu que o assunto é pertinente. “É um dever do Estado discutir isso. Eu não posso criminalizar uma mulher que, por alguma razão, tem de recorrer ao aborto. Precisamos discutir políticas públicas”. A candidata do PT ainda citou o presidente Jair Bolsonaro (PL), apoiado por Damares, ao dizer que ele “não cuidou da vida ao deixar pessoas morrerem sem vacina [contra a Covid-19]”.

Na réplica, Damares afirmou que “já ficou comprovado que o presidente comprou as vacinas no tempo certo”. Segundo a ex-ministra dos direitos humanos, “o aborto é uma agressão contra a mulher”.

Em seguida, Rosilene direcionou uma pergunta a Damares: “Não é um pouco vergonhoso para a senhora dizer que defende a vida e ser apadrinhada pelo atual presidente, sendo que ele é um homem que ataca mulheres?”. Damares afirmou que Bolsonaro é o presidente “que mais fez pelas mulheres”, e que o chefe do Executivo é autor de inúmeros decretos que beneficiaram o público feminino.

Ainda no primeiro bloco, Flávia Arruda questionou Joe Valle sobre as características essenciais para um senador. O candidato do PDT respondeu: “Quero buscar os recursos no governo federal e ter a participação ativa nos programas, que são muitos”.

Por fim, Joe direcionou uma perguntou para Flávia. Ele quis saber as propostas da candidata para os problemas de segurança pública do DF. “Temos de olhar para a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros, para que eles consigam ter valorização no trabalho que prestam”, disse, sobre a melhoria de salário das corporações. Ela também falou sobre a necessidade de se reduzir os índices de criminalidade na capital federal.

2º bloco

Na abertura do segundo bloco, Rosilene Corrêa respondeu à pergunta do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles, sobre a política do “toma lá, dá cá”, em que os congressistas agem de olho em cargos e verbas liberadas pelo Palácio do Planalto. A petista respondeu falando sobre a autonomia dos órgãos de controle para investigar possíveis irregularidades no governo.

“Tudo que foi colocado como o Mensalão, também foi a primeira vez que o Brasil teve no governo aqueles que respeitaram a autonomia da polícia. Por isso o eleitor tem o deve de ver em quem está votando. Nós vamos mudar o modelo de gestão pública que nós temos. Estamos falando de uma democracia participativa. Isso é determinante para mudar essa lógica”.

Damares comentou a resposta de Rosilene. “Temos um governo anticorrupção, que não se envolve em escândalo. É um novo momento para o país. Quero ser a senadora que vai acompanhar a governância e a transparência”, disse a candidata do Republicanos.

Em seguida, Damares respondeu à pergunta do colunista Igor Gadelha, também do Metrópoles. O jornalista questionou se a candidata apoia o impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). “Vou lutar pelo fortalecimento das instituições, mas pelo respeito para que cada instituição respeite seu espaço. Claro que se o ministro do Supremo cometer um equívoco, ele precisa ser investigado”.

Flávia Arruda comentou e disse defender a independência dos poderes, desde que cada um aja dentro de suas atribuições. “Temos de combater os excessos. Não pode existir excesso nem de um lado nem de outro”, defendeu.

Depois, Flávia respondeu ao colunista Guilherme Amado, do Metrópoles, que perguntou se a candidata concorda com os ataques que o presidente Bolsonaro faz ao sistema eleitoral e às urnas eletrônicas. “Acredito que todo o sistema democrático tem de ser amplamente divulgado e claro. Não podemos ter nenhuma dúvida. Quando o presidente questiona, é porque houve muitas coisas levantadas questionando o sistema. É para que a gente tenha mais fiscalização”, disse.

Quem comentou foi Joe Valle. Ele afirmou que confia no sistema, mas que precisa de fiscalização. “Todas as pessoas têm o direito de fiscalizar, mas eu acredito que a gente já tenha um sistema robusto o suficiente para que possamos dar exemplo para o Brasil e para o mundo inteiro”, declarou.

Para fechar o bloco, Joe respondeu ao questionamento do jornalista Victor Fuzeira. O repórter de política quis saber sobre a meta de Ciro Gomes (PDT), candidato à Presidência da República na chapa de Joe, de acabar com o orçamento secreto. “O orçamento secreto é uma aberração porque extrapola todo o planejamento do governo. Sou completamente contra, acompanho o raciocínio de Ciro Gomes”, respondeu Joe. Rosilene comentou a questão e concordou com o colega.

3º bloco

O terceiro bloco retomou as perguntas entre os candidatos. Damares começou questionando Joe Valle sobre políticas de enfrentamento da violência contra idosos. Ele falou sobre a construção de Centros Dia. “São fundamentais para a convivência na comunidade. Para que a gente tenha espaço de convivência para os idosos, mas com toda a parte de serviço do Estado”, disse o candidato do PDT.

Em seguida, Flávia Arruda direcionou a pergunta para Damares. A candidata do PL perguntou sobre as propostas da republicana para a área de Entorno do DF. “Temos um grande desafio em relação à saúde pública, segurança, educação, fortalecimento das famílias e proteção dos jovens. Tenho uma preocupação muito grande com os jovens que estão desempregados. Temos de trazer mais empreendedorismo. Todas as nossas áreas precisam disso”, declarou a ex-ministra dos direitos humanos.

Na réplica, Flávia Arruda concordou com a adversária e complementou que acredita ser necessário fortalecer o Entorno para desafogar o DF.

Depois, Joe Valle perguntou a Rosilene sobre propostas para segurança hídrica e universalização do sistema de rede de esgoto. A petista afirmou que, no DF, falta planejamento. “É um dos grandes problemas que precisamos discutir. Vemos muitas famílias abandonadas. Hoje temos 33 regiões administrativas mais o Entorno. Precisamos de investimento”, disse.

Na réplica, Joe defendeu a regularização de terras no DF. “Tenho esse cuidado e essa responsabilidade”, comentou.

Por fim, Rosilene questionou Flávia Arruda sobre o apoio de Bolsonaro. “Você aprovou cerca de 85% dos projetos de retirada dos direitos de trabalhadores. É para isso que você quer ser senadora?”, provocou Rosilene. Arruda se defendeu e disse que o presidente sempre a respeitou. “O nosso papel é fazer diálogo de construção e não embates duros que não cheguem a lugar nenhum”.

Na réplica, Rosilene afirmou que não teria orgulho de ser a senadora apadrinhada por Jair Bolsonaro e citou o ex-presidente Lula (PT).

Depois, os candidatos realizaram as considerações finais.

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