DF: circos enfrentam dificuldade e recebem doações da população

Com atrações fechadas em função do risco provocado pelo novo coronavírus, artistas circenses ficam sem renda no Distrito Federal

Victor Fuzeira
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Não é apenas o comércio que tem sofrido com a suspensão de atividades em função da pandemia do novo coronavírus. Artistas circenses que estão no Distrito Federal também encontram dificuldades para se sustentar em meio a uma crise sem precedentes.

Totalmente dependentes da verba arrecadada com a venda de ingressos, os circos da capital estão parados há 15 dias, desde que o Governo do Distrito Federal (GDF) proibiu atividades com grande aglomeração de pessoas como medida para conter o avanço da doença.

Sem dinheiro em caixa, as famílias que vivem e dependem da atividade, agora, recorrem à solidariedade dos brasilienses para enfrentar as dificuldades.

Localizado no estacionamento do Estádio Elmo Serejo, em Taguatinga, o Circo Real Português (foto em destaque) chegou a ficar sem mantimentos durante a quarentena. Nessa segunda-feira (23/03), moradores da região decidiram ajudar, com doações de cestas básicas.

“Conseguimos comida suficiente para mais 15 dias. Estamos nos virando só com as doações. A comida que tínhamos já havia ido embora, tudo que tinha foi embora”, conta a trapezista Juliana Portugal, de 35 anos.

Segundo Juliana, o circo é casa e trabalho de 10 famílias. “Somos 38 pessoas, sendo sete idosos com idades acima de 65 anos e nove crianças”.

“A gente quer trabalhar, não vivemos de doação nem dos órgãos públicos. Realmente pedimos comida porque não tinha como conseguir mesmo. A gente não é visto”, reclama a artista.

Para alegrar a população brasiliense em quarentena, o Circo Real Português prepara uma apresentação inteiramente on-line no Dia do Circo – comemorado nesta sexta-feira (27/03). O show será exibido nas redes sociais do espetáculo.

Apoio local

O mesmo cenário se repete em outros circos da capital. Um deles, o Circo Vitória do Guará, tem recebido ajuda de moradores da cidade neste momento de dificuldade.

“Também estamos recebendo apoio da comunidade local para conseguirmos levantar mais alimentos. As cestas básicas excedentes serão doadas a outros circos, do Areal, Santa Maria e Sobradinho”, explica a locutora do espetáculo, Michele Mocellin.

O Circo Vitória abriga 14 adultos, quatro crianças e dois idosos. “Nosso maior problema ainda é a falta do dinheiro, pois nós temos um gasto semanal de luz, nosso maior medo é ficar sem pagar a conta de luz e cortarem nossa luz”, acrescentou.

Quem quiser ajudar os artistas do Circo Vitória podem entrar em contato com Michele, no telefone: (61) 9 8191-5121.

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