Há alguns meses, uma conversa no WhatsApp entre uma vovó e o neto viralizou na internet. No diálogo que ficou famoso, o empresário brasileiro Marlon Corrente tenta ensinar a Dona Luzia a usar o aplicativo pela primeira vez. As confusões geradas pelo corretor automático do celular fizeram muitas pessoas se identificarem com casos semelhantes em casa. Após ver sua avó quebrando a cabeça com um smartphone novo, a profissional de marketing Paula Peleja, 24 anos, viu a oportunidade de criar um projeto inovador, chamado Vovó Hi-Tech.
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Enquanto pensava no trabalho de conclusão da pós-graduação em marketing digital pela Fundação Getulio Vargas (FGV), Paula teve ideia de transformar a experiência com a avó Ana Peleja, 74 anos, em uma monografia e, por fim, em um empreendimento. Desde maio, ela oferece aulas personalizadas para idosos interessados em desvendar o universo digital. Os encontros têm duração de 1h e custam R$ 80. “Esse público tem medo. Acha que se clicar em uma imagem o mundo vai acabar. Tento desmistificar isso e aproximar a tecnologia ao dia a dia deles”, explicou.
Na busca por popularizar a iniciativa, a jovem foi até um bingo da terceira idade para divulgar o Vovó Hi-Tech. Além do boca a boca, Paula contou ainda com a ajuda da prima, e também digital influencer, Luísa Peleja. O resultado não poderia ter sido melhor. Hoje, a profissional de marketing divide todas as manhãs da semana ao lado dos idosos.
No dia em que o Metrópoles conheceu o projeto, Paula ministrava o curso para Maria Helena, 72 anos. Na ocasião, a aposentada aprendia a usar o Facebook e relembrava ensinamentos transmitidos em encontros anteriores. “A Maria Helena me procurou porque ganhou um tablet da neta e queria entender como o aparelho funcionava”, acrescentou Paula.
Durante um tempo, precisei cuidar da minha mãe que estava doente. Isso me fez perceber que tenho muita paciência para lidar com o público mais velho. E ver a felicidade deles ao superar desafios é gratificante
Paula Peleja